segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

someone like...

Hoje comprei o álbum duplo de Adele. Cheguei em casa morta de cansada, andei pelo shopping a noite inteira, mas fiz questão de assistir os 100 minutos do DVD ainda esta noite. Música atrás de música, facadinhas no peito, bem no jeito Adele de nos ferir. Someone Like You é a minha música predileta. Acho que sou do tipo que acha bonitinho você desejar tudo de bom a alguém, mesmo que esse alguém não te queira como você o quer. Pois bem, enfim começa a tocar a minha musica preferida, na verdade ela é a penúltima do show. E em um concerto com milhares de pessoas, o eco da multidão faz Adele parar de cantar e ouvir: Never mind, I'll find someone like you. E então a nossa musa de voz estridente, chora. De princípio, pensei que Adele chorava de emoção em ver tantas pessoas cantando sua letra, mas por que só na penúltima música? A verdade, meus amigos, é que Adele nunca deve ter encontrado alguém como esse cara, assim como as milhares de vozes embargadas na platéia também não. E, bem no fundo, por pior que nos sentimos, é isso que queremos, não é verdade? É alguém como ele, como ela, como aquele alguém que não quer você, que encontrou uma garota e é casado agora (vide música).
Amar. Você está fazendo isso errado. Sim, eu, você, Adele, a platéia, todos nós estamos errando. Com a imaturidade da nossa juventude, com a birra da nossa geração e, acima de tudo, com esperanças infundadas, escolhemos pessoas semelhantes, acreditando que uma hora vai dar certo. Muitas vezes, entretanto, mudamos para que, no final das contas, alguma coisa embale enquanto na verdade não fosse preciso que nós nos violentássemos dessa forma e, sim, apenas aceitar que alguém como aquela pessoa não vai fazer a gente feliz. É de outro tipo de gente que precisamos. Não do tipo que já conhecemos, que já não deu certo, que já afundou.
Tenho certeza que um dia olharemos para trás e iremos rir dessa busca insana por alguém, como aquele alguém, a nos completar. Nesse dia, talvez, teremos entendido que as vezes não há nada de errado conosco. As vezes a culpa não é nossa. Nesse dia, quem sabe, encontraremos alguém não semelhante a você, mas  a mim.

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