quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

De tantos no mundo, entre tantas possibilidades, entre tantos que eu poderia amar, é ele. Ele é quem me faz me sentir boba, parece que o tempo ao lado dele passa mais rápido, quando eu vejo já é hora de ir embora. O que me faz feliz é ir embora com a certeza que vou voltar.
Jamais acreditei em um amor assim, em um amor completamente puro e verdadeiro, que vai além que todas as coisas que já foram ditas ou feitas. É como se o resto do mundo inteiro não importasse, porque o meu amor já me basta. O amor que eu sinto por ele me alimenta, me mata a sede, o sono, o cansaço. Estou satisfeita.
Corações insaciáveis buscam sempre mais. Vejo constantemente pessoas abrindo mão de suas vidas, das pessoas de suas vidas, por achar que podem alcançar voos maiores, pessoas melhores. Eu não. Eu acredito, vou sempre acreditar, que ele é a pessoa melhor para mim.
Se eu pudesse definir o nosso destino, manteria nossos rumos juntos. Não podendo, tento alimentar esse amor, viver esse amor, amar esse amor, por todo o tempo que for possível. E eu espero, e quero, que seja para sempre.
A cada uma das pessoas que gosto, desejo que amem de toda alma e coração, como eu aprendi a amar um dia. Sim, aprendi. Porque aquela primeira coisa arrebatedora que dá, aquela sensação de estar nas nuvens, aquilo se chama paixão. Amor, amor de verdade mesmo, é quando a gente sabe dos defeitos, odeia os efeitos, tem vontade de matar a pessoa, mas decide ficar. E o que te prenderia aqui se não fosse o amor? O que te faria ficar, tentar, perdoar, aceitar, curar?
Amar não é quando a gente encontra alguém que combina em tudo. É quando a gente acha alguém que pode até combinar pouco, muito pouco. Mas você quer mesmo assim.

Eu quero você.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E se não chamasse Sofia? Se a chamassem de Maria, Joana, Cláudia, Clara, Lúcia, Adriana, Rosa, Luiza, Amanda. Todas essas possibilidades a lavariam a esses mesmos caminhos ou a vida seria outra?

As escolhas que tomou e a vida que ela tinha. Ações que provocaram reações, perdas e ganhos. As histórias que poderia ter vivido e continuado e as que viveu. Os presentes que ganhou da vida, pensava "isso eu acertei". Tinha satisfação pelo que era, não se tratava de querer ser outra pessoa. Se tratava da curiosidade do que poderia ter sido.

E à noite, quando tudo era mais silencioso e podia ficar um pouco mais perto dela mesma, ela cantarolava as músicas de outra época, via fotos, cartas, poemas. E se sentia muitas em uma só.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sem chão. Todas as cores desapareceram, todos os sonhos foram despertados. Não sei se o céu está azul ou cinza, pois não me adianta olhar a janela. O sol não está mais. O sal invade a minha boca, minha pele. Não consigo me contentar em aceitar. O amor transborda, o desespero transborda, o medo, a pena. Pena do que eu queria ter vivido, dos sonhos que serão para sempre incompletos. Parte de mim morre agora. Como irmãos gêmeos, não consigo imaginar a minha vida sem ser dois. Não sei mais ser um. As palavras, os juramentos, o programa que tinhamos marcado pra semana que vem. Tudo agora se resume às caixas que guardo suas lembranças. Preferia mil facas enfiadas na garganta, mas uma mão de amor a me segurar. E ecos na minha mente insistem "eu sempre vou fazer de tudo pra ficar com você". Não há mais o que eu possa fazer. Não há mais você. Ainda há amor.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Amor e outras drogas - Resenha.

'Amor e outras drogas' é um filme que me fez refletir sobre três coisas: a carência feminina, a atuação de Anne Hathaway e um outro filme, que dez entre dez garotas vão saber: Um amor para recordar.

Vou começar por esse último. Assisti 'Um amor para recordar' quando tinha uns 12 anos. Algumas amigas minhas compraram o filme, tinham fotos do mocinho do filme no caderno. E nós amávamos tanto esse cara (confesso que eu nem gostei tanto assim do filme) apenas por um motivo: ele amava uma garota doente. Sim, ele passou por cima de tudo. Do fato dela ser a, velha, menina mais sem sal da escola, o fato dela ter câncer e do fato dela morrer. E as últimas palavras do filme são algo parecido com "nosso amor é como o vento, não posso vê-lo, mas posso senti-lo". Nunca esqueci disso. Acontece que esse amor só foi contemplado por tantas e tantas adolescentes, porque se o cara era capaz de amar até uma garota que tinha os dias de vida contados, ele era capaz de amar nós, gordinhas, magrelas, dentuças, de cabelos rebeldes, sardentas, baixinhas ou qualquer outra.
Passou o tempo, todas nós paramos de achar 'Um amor para recordar' o filme mais sensacional da história. Passamos a viver nossas próprias histórias de amor e aí, puft: Amor e outras drogas. Calma, não vou contar o final do filme, mas dá para perceber até pelo trailer que ela não é uma moça saudável. E mais uma vez o galã, o cara bonitão e capaz de arrebatar o coração de qualquer uma, vai querer a mulher menos provável. É como se o diretor do filme sussurrasse em nossos ouvidos "Ele também poderia amar você". E quando nos damos conta, estamos em uma sala de cinema, chorando e torcendo por um final feliz.
Estava lendo o livro Clube do Filme, do David Gilmor e ele define alguns filmes como 'pecado culposos'. São filmes que você sabe, não tem lá grande percepção artística, fotográfica, se quer há bons atores. Mas você gosta tanto daquela baboseira, que se sente culpado por se apaixonar por tal alienação. Gilmor cita como exemplo 'Uma linda mulher'. É claro que em 'Uma linda mulher' salvamos a atuação, ainda imatura, de Julia Roberts , mas mesmo assim salvamos. E o mesmo acontece em 'Amor e outras drogas'. Salvo a atuação de Anne Hathaway como uma verdadeira surpresa. Ela me envolveu e, bingo! Me emocionou com um filme tão previsível, ao qual eu já conhecia a receita desde os meus 12 ou 13 anos.
Se você é um chato, que não se permite de vez em quando viver uma emoção hollywoodyana e que jamais verá mais uma comédia romântica americana, ok. Mas se você se dá o direito de rir e se emocionar com essas histórias, ainda que da mesma forma, eu recomendo. Esse filme é para a gente, que se dá o direito de ser burro um pouquinho e se apaixonar por um conto de fadas ocidental.