terça-feira, 19 de abril de 2011

botões escondidos.

É como descobrir um botão reserva no seu casaco preferido. Como ele estava lá o tempo inteiro e você nunca sentiu?
Há pessoas que são despidas. Você as enxerga como são. Pequenas atitudes do cotidiano as mostram fortes ou fracas, estúpidas ou leais, amigas ou falsas, carinhosas ou secas. Mas há aqueles que se guardam para os momentos mais especiais.
O poder de não se deixar descobrir. Ao contrário, deixar que os outros o definam, criem estigmas, interpretem da maneira que bem entendem. E aí, quando necessário ou simplesmente quando você quiser, tirar a carta na manga e deixar que enxerguem você mais a fundo.
Não sou o tipo de pessoa que os outros demoram muito a conhecer. Conviva comigo por dez dias, tome uma cerveja e me pergunte sobre a cicatriz que tenho no pulso, feita por uma quase tatuagem de uma boyband fracasso. Pronto, você não tem mais com o que se preocupar, não há com o que se surpreender mais tarde.
Mas fico encantada com pessoas que conseguem se demonstrar tão diferentes em momento tão oportunos. Tanto os postivos, quanto os negativos segundos. Afinal, alguém que em momentos absurdos se mostram cruéis merecem ao menos o meu reconhecimento pela falsidade. Parabéns. E a quem se mostra um gigante, ganha uma força fora do comum quando preciso, a minha admiração.
Já tive experiências boas e ruins com botões escondidos nas pessoas. Mas esse tal do ser humano é algo que eu não me canso de olhar e de amar. Viva os poderes secretos. Viva os botões escondidos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Toda vez que eu olho
Toda vez que eu chamo
Toda vez que eu penso
 Em lhe dar o meu amor...















Penso que não vai ser possível.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

aos 15.

Olá, princesinha.

Como vai você? Há tempos não tenho notícias suas. Bem, é verdade que com toda essa correria eu não tenho lhe procurado muito. Mas, eu me lembro de você todos os dias.
Seus sonhos, eu estou tentando realizar. Muitos imprevistos. Você não tem ideia de como é fácil ter quinze anos. Se tornar adulto é mais difícil do que você pensa, mas você é muito nova para entender e continua querendo mais e mais a maturidade. Boba.
Preciso que você seja forte. Vai passar por muitas, muitas coisas ainda. Um belo dia você vai pensar que está tudo bem e não vai estar. O primeiro problema chegará cedo e você não vai saber como resolver. Vai ser a sua primeira desilusão, minha linda. Quando você vai chorar um choro sem solução.
Essa vai ser uma das fases mais importantes da sua vida, muitas pessoas vão estar ao seu lado, cuidar de você e vai ser nessa época que você vai se dar conta do que é o amor.
Alguns meses depois você vai ter o seu primeiro flerte verdadeiro. Se eu pudesse te aconselhar a tempo talvez dissesse pra você não ir tão fundo nesse lance. Pode ser que não dê em nada, sabe? Na verdade não vai dar. Mas eu sei que nem que você me ouvisse você iria acreditar.
Vai passar uns perrengues também! O dinheiro vai ficar curto, sua mãe vai ficar meio desesperada e você vai sentir o peso da maturidade chegar - quando os adultos não te poupam mais dos problemas e começam a dividir com você.
Vai sentir a dor de três mortes. Três pessoas e um coração sangrando. Essa dor você ainda nem tem noção de como vai ser grande. Mas com o passar do tempo você vai aprender a usar entorpecentes.
Vai namorar um dos seus melhores amigos. Acredite, você vai querer casar com ele um dia.
E o mais engraçado de tudo é que você vai aprender a gostar de cerveja, que hoje você tanto odeia. Sim, você vai ficar bêbada um dia.
Eu sinto saudade dos seus sonhos, da sua crença nos outros. Você não duvidava de ninguém e eu agora duvido de todo mundo. Sinto falta também da sua simplicidade, bastava pouco para ser feliz, né?
Você vai saber a emoção de receber um primeiro salário.
Ah, essas amigas que você tem agora, pois bem, são elas mesmas que vão ficar, viu? Então, se puder, não as troque por aquelas que não vão dar em nada. Ai, se você pudesse me ouvir!
Não coma tanta besteira, não tome tanto refrigerante. Você devia ter cuidado melhor de você.
Olha, princesa, hoje não somos mais uma princesa. Nós crescemos e sinto falta de você. Algo seu eu deixei lá trás. Sou feliz, não se preocupa. Mas é de um jeito diferente do quando você tinha 15 anos, eu tinha 15 anos. A felicidade se adapta. É triste, mas é bom.
Por hora, estamos bem. Saudades de algumas pessoas, felizes por conhecermos outras. E quando eu estou muito, mas muito tensa, eu tento lembrar de você e pensar no que você faria.