sábado, 21 de janeiro de 2012

Nessa cidade agora chove. Chove até granizo. E não tem nada de você aqui. Não tem seu cheiro, não tem seus lugares prediletos, não tem seus amigos. Mas, mesmo assim, eu te procuro a cada esquina. Penso que por acaso eu posso esbarrar com você por, sei lá, um milagre, uma façanha do destino, uma conspiração sua. E eu olho, atentamente, para todos os meninos que passam ao meu redor. Não, nenhum deles é você e nenhum deles pode me dar o que você deu.
À noite, peço aos bons espíritos, a deus, a iemanjá, a qualquer coisa, pra te proteger. Sei lá, eu ainda não tenho tanta certeza se você consegue, de verdade, viver sem mim.
Um amor imenso, um amor tão grande e sincero que nem mesmo milhares de km podem diminuir o que eu sinto. Não importa em que lugar eu esteja, não importa o tamanho da nossa distância.
Meu mundo é só meu e eu dei ele pra você.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Lembrar de mim, de você, das crises de riso, das expressões de raiva, de choro. Lembrar da fase mais movimentada do meu coração. Raiva, ciúme, saudade, paixão. Era tudo tão junto, tão presente. E hoje, o que mais me dói é me olhar no espelho e ver que você tá sumindo de mim. As músicas, os filmes, a marca da cerveja, tá tudo meio mudado e cada vez mais as coisas que eu faço, gosto e quero são diferentes das coisas que a gente já dividiu um dia. Não faz mal. Aqui dentro, meu bem, aqui dentro você ainda é presente. Todo dia, sem exagero, é dia de pensar em você. E eu penso, lembro, sorrio, as vezes choro. E as vezes eu pego uma foto nossa e vejo toda aquela completude, aquele nosso jeito de ser feliz como se o amanhã não existisse.
Se tiver pensando em mim qualquer dia desses, pensa com muito amor e tenha a certeza que esteja onde estiver, vou sentir um arrepio bom, desses quando você lê uma coisa bonita ou escuta uma música boa. E aí, se não tiver nenhuma música tocando ou se eu não tiver lendo nenhum livro de romance, e ainda assim eu sentir aquele arrepio, eu vou ter certeza que é você pensando em mim, em nós.
E eu to indo pro mundo, meu bem. Essa coisa de me guardar até você voltar não tá dando muito certo. Minhas intuições começam a concordar com a minha razão. Não, você não vem. Então tá, tudo certo. Pense em mim com muito amor, lembre-se sempre de que as estrelas são as coisas mais lindas e ganhe esse mundo. Também vou ganhar. Mas, ó, guarda esse segredo: tenta aparecer qualquer dia, tenta me surpreender. Pois pode passar o tempo que passar e pode vir quem quer que seja, mas eu vou olhar pro mundo inteiro procurando por você.

domingo, 1 de janeiro de 2012

tudo novo de novo

5, 4, 3, 2, 1. Sofia olhou os fogos de artifício invadirem o céu. Estava rodeada de pessoas, mas naquele momento se sentiu só. Não, não foi uma solidão ruim. Ela se sentiu bem com ela mesma, de uma forma mágica. Só ela sabia tudo o que tinha passado naquele maldito ano. Quantas lágrimas caíram, quantas angústias, quantos pesadelos. E aí ela viu uma nova página se abrir à sua frente. Era um novo ano e Sofia poderia ser quem ela queria ser, afinal, tudo, tudo mesmo, agora era passado. Era tudo novo de novo.
Chegou em casa perto do amanhecer, tomou um café sem açúcar, pois agora iria fazer regime. Olhou o sol irradiar o seu bairro.
 Acordou às duas da tarde, com o sol queimando seu rosto. Tinha dormido no sofá, por cima de um braço e estava com uma dor terrível no pescoço. Correu, foi olhar-se no espelho. Não parecia mais magra, nem mais bonita. Olhou sua carteira, nada de ser mais rica. E tudo o que pediu na tal virada do ano?
Quem sabe no próximo reveillon. Neste, pelo menos, tudo continuava como sempre foi. Sofia ainda era a mesma.