segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago.


Eu te amo. Eu sempre te amei, desde o primeiro dia. Meu amor se transformou comigo, deixou de ser um amor que sonha. Passou a ser um amor que apenas sente. Entre tantas pessoas, você sabe o quanto foi e sempre será importante. As vezes olho as estrelas e me pergunto onde você está nesse momento, o que será que anda fazendo, pensando, querendo. Sinto sua falta, mas é de uma maneira diferente. Aprendi com a vida que o que aconteceu era o que tinha de acontecer. Tenho muito medo de esquecer seu rosto. Ai, como eu te amo. E daqui pra frente, meu coração será só saudade. Vou lembrar da tua risada, dos teus fios brancos, do teu jeito de me chamar. Quando um passarinho vem me visitar, penso que é você me olhando. Deve ser. Já dizia o poema: "tem gente que tem cheiro de passarinho". Que meu coração sinta todo esse amor para sempre, que a minha memória não falhe e esqueça do teu rosto e a tua voz. Eu quero sempre poder me lembrar que eu fui, sou e sempre serei o teu amor lindo do céu.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

flores amarelas.

Nunca conheci alguém que se paracesse fisicamente comigo. Na verdade, nem meus pais parecem. Dizem que meus pés e mãos são idênticas aos do meu pai. Mas pés e mãos não são coisas muito relevantes para falar. Abri uma pastas de fotos no computador. Nossa, precisava de uma bebida forte para rever tantos momentos e encarar tanta nostalgia. Na falta, bebi o restante da água que já estava na mesinha e comecei a sorrir. Sorri pelos sonhos que eu tinha, pelos amigos, pelos momentos e risadas inesquecíveis. Pelos cortes de cabelo que não deram certo, pelas roupas e acessórios tão ridículos. E foi então que percebi. Eu antes, sou a pessoa mais parecida comimgo agora. Na verdade, a grande descoberta não foi essa. Bem, estou confundindo vocês e a mim. Mas, o que quero dizer é que acho que sou outra pessoa. Sou um clone de mim mesma. Alguém muito parecida com outra que já foi um dia. É claro que há coisas que ainda estão aqui. Amigos, costumes, manias. Mas algo bem mais forte mudou. Frio na barriga. E agora? Será que ainda tenho muito a mudar? Será que algum dia vou estar tão distante de hoje como estou distante daquelas fotos? E meus sonhos? Respiro. Vejo que tantos momentos pareciam decisivos, eternos, importantíssimos e no final das contas foram apenas passageiros. Outros, que também não dei tanto valor, foram os que marcaram. Enfim, acho que preciso começar a falar algo concreto, pois um texto vazio é a pior coisa do mundo. E se alguém ainda está aqui comigo, se você ainda está lendo, calma. Esse texto é sobre flores.
Achei anotações, versos, textos antigos. E eu lembrei que gosto de flores amarelas. É engraçado, porque quando alguém me perguntava qual a minha flor predileta, eu nunca respondia. Eu sabia que tinha uma, mas não me lembrava qual era. Achei. Gosto das amarelas, alegres, grandes e vulgares. Sim, sim, sabe a música de Djavan "no pé que bortou Maria, nem margarida nasceu" ? Ele fala das margaridas como vagabundas por brotarem em qualquer canto. E as margaridas são lindas. Enfim, eu gosto de flores amarelas. Acabei de lembrar.





Foto: Duda Bione, que vocês já conhecem do Expressaideia, né? :) Quem quiser ver mais fotos lindas da minha parceira clica AQUI!  
e se delicie com as percepções.  

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Rotina.

"Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã..."

Sacode às seis horas, respira, toma um café forte. Olha pela janela, o sol quente lá fora, o barulho das pessoas na rua. A vida. Hora de trabalhar. Ela senta em frente ao computador e começa a escrever. Escreve cartas, e-mails e textos para outras pessoas assinarem. O serviço dela é escrever para quem não é hábil ou não tem tempo. Entre as atividades do dia, questões como 'mandar e-mail para a mãe do Sr. Alberto, informando que ele está melhor da gripe'. No fundo, ela gostava. Até por que saber da vida alheia, não era tão ruim assim. Mas, as vezes, ela tinha uma sede de viver a própria vida e tempo não lhe sobrava. Pensava que um dia ia conseguir sair daquele sistema, encontrar algo melhor e mostrar seu talento. Ela queria escrever livros, romances, aventuras. Queria ser mais do que uma secretária íntima-pessoal. À noite, quando acaba o expediente, olha pro céu e lembra, com saudade, do passado. Sorrisos desabrocham no céu da sua boca. Lembra das gargalhadas com as amigas. Que delícia. O olhar fica um pouco mais longe. Ela lembra dele. Seu beijo, sua voz, seu abraço. Onde ele anda agora? Ela olha para o céu e imagina que um dia ainda vão se reencontrar. Dorme. Amanhã tem mais.