sábado, 8 de agosto de 2009

Sofia: laranja.

Estava eu sentada na sala, olhando o sol se pôr entre os monumentos de concreto, vendo o chão de minha sala ficar laranja. Eu, Sofia, sempre gostei de ver o chão laranja. E também sempre gostei de ver o sol se pôr, mas naquela tarde nada daquilo me chamava mais a atenção do que uma certa conversa, obtida em um certo momento, com uma certa pessoa. Me senti presa de repente, quando percebi que meus desejos e vontades estão limitados ao viável e ao possível. Tudo o que quero depende de algo e esse algo quase sempre joga no outro time. Meu desejo de última hora se chama 'amor'. Amor que desejo transbordar, entender e sentir (sem questão de ordem). A gente não ama quando quer, mas quando a gente ama a gente sempre quer. Quer mais, quer de novo, quer todo dia. Eu, naquela tarde laranja, não sabia o que queria, mas fosse lá o que fosse, eu sabia com quem era. Por fim me senti livre do passado pesado, toquei as pontas dos meus dedos no chão; meus dedos também ficaram laranjas. O que me levaria ao próximo capítulo? Eu não sabia. Eu ainda não sei. Mas uma certeza tomou conta de mim, a de que mesmo quando o 'algo' joga no outro time, existe um sol se pondo lá fora, existe o laranja do apartamento. E eu ainda existia ali. Uma leve intuição me dizia que algo de grande estava para acontecer...

Um comentário:

  1. "Areia branca, areia fina
    Vela no mar, luz cristalina
    Laranja da terra, Coca-Cola da China" - Nara Leão

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