segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
azar no jogo...
Virar o jogo. Foi o que ele a ensinou a fazer. Depois de tantas derrotas, depois de tantas esperanças depositadas em cima de "grandes" trincas que de muito não valiam, ela não tinha muitas opções além de voltar pra casa. Na verdade já tinha pago a conta, já tinha tomado o último gole da última garrafa, dispensado o último canastrão e perdido o último jogo. Já era madrugada quando ele chegou em tom manso e sutil e ofereceu mais um desafio. Ela tentou recusar, mas aquele olhar a dizia alguma coisa. Ela conhecia aquele homem, mas de onde? Ele a tomou pelos dedos, ela encaixou suas mãos na dele e correram para a máquina de fichas. Enquanto andavam pelo salão ela sentia a esquisita sensação de sempre ter entrelaçado suas mãos às dele e isso a assustou. "É tarde, preciso ir" achou melhor dizer, tentando fugir do estranho familiar, continuou "Além do mais, jamais ganho nesses jogos mesmo. Apenas prejuízos e nada mais" o rapaz insistiu "A minha sorte não é das melhores, quem sabe juntos não viramos essa maré de azar". E apostaram os últimos centavos na furada que já estava anunciada. Perderam. Maravilha, o que restava? E o dinheiro do táxi? Não tinham saída. "Eu falei que já estava atrasada, não sei onde estava com a cabeça". Ele sorriu ironicamente e falou em tom de segredo "Tenho a sensação de que já nos conhecemos" ela sentiu o calor tomar seu rosto e em seguida foi beijada. "Mas de onde você é, estranho? E por que tenho a sensação de já ter o beijado antes? De onde eu conheço você?" ele a puxou mais pra perto "Dos nossos sonhos".
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a alguém que me fez apostar de novo na vida, que já morava em meus sonhos e que foi a melhor loteria que já ganhei.
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