quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Amor e outras drogas - Resenha.

'Amor e outras drogas' é um filme que me fez refletir sobre três coisas: a carência feminina, a atuação de Anne Hathaway e um outro filme, que dez entre dez garotas vão saber: Um amor para recordar.

Vou começar por esse último. Assisti 'Um amor para recordar' quando tinha uns 12 anos. Algumas amigas minhas compraram o filme, tinham fotos do mocinho do filme no caderno. E nós amávamos tanto esse cara (confesso que eu nem gostei tanto assim do filme) apenas por um motivo: ele amava uma garota doente. Sim, ele passou por cima de tudo. Do fato dela ser a, velha, menina mais sem sal da escola, o fato dela ter câncer e do fato dela morrer. E as últimas palavras do filme são algo parecido com "nosso amor é como o vento, não posso vê-lo, mas posso senti-lo". Nunca esqueci disso. Acontece que esse amor só foi contemplado por tantas e tantas adolescentes, porque se o cara era capaz de amar até uma garota que tinha os dias de vida contados, ele era capaz de amar nós, gordinhas, magrelas, dentuças, de cabelos rebeldes, sardentas, baixinhas ou qualquer outra.
Passou o tempo, todas nós paramos de achar 'Um amor para recordar' o filme mais sensacional da história. Passamos a viver nossas próprias histórias de amor e aí, puft: Amor e outras drogas. Calma, não vou contar o final do filme, mas dá para perceber até pelo trailer que ela não é uma moça saudável. E mais uma vez o galã, o cara bonitão e capaz de arrebatar o coração de qualquer uma, vai querer a mulher menos provável. É como se o diretor do filme sussurrasse em nossos ouvidos "Ele também poderia amar você". E quando nos damos conta, estamos em uma sala de cinema, chorando e torcendo por um final feliz.
Estava lendo o livro Clube do Filme, do David Gilmor e ele define alguns filmes como 'pecado culposos'. São filmes que você sabe, não tem lá grande percepção artística, fotográfica, se quer há bons atores. Mas você gosta tanto daquela baboseira, que se sente culpado por se apaixonar por tal alienação. Gilmor cita como exemplo 'Uma linda mulher'. É claro que em 'Uma linda mulher' salvamos a atuação, ainda imatura, de Julia Roberts , mas mesmo assim salvamos. E o mesmo acontece em 'Amor e outras drogas'. Salvo a atuação de Anne Hathaway como uma verdadeira surpresa. Ela me envolveu e, bingo! Me emocionou com um filme tão previsível, ao qual eu já conhecia a receita desde os meus 12 ou 13 anos.
Se você é um chato, que não se permite de vez em quando viver uma emoção hollywoodyana e que jamais verá mais uma comédia romântica americana, ok. Mas se você se dá o direito de rir e se emocionar com essas histórias, ainda que da mesma forma, eu recomendo. Esse filme é para a gente, que se dá o direito de ser burro um pouquinho e se apaixonar por um conto de fadas ocidental.

Um comentário:

  1. comigo aconteceu o contrario. ja assisti o amor e outras drogas, mas não um amor pra recordar, que é o filme que eu to doida pra assistir. tomare que seja bom!

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