domingo, 6 de fevereiro de 2011
Sem chão. Todas as cores desapareceram, todos os sonhos foram despertados. Não sei se o céu está azul ou cinza, pois não me adianta olhar a janela. O sol não está mais. O sal invade a minha boca, minha pele. Não consigo me contentar em aceitar. O amor transborda, o desespero transborda, o medo, a pena. Pena do que eu queria ter vivido, dos sonhos que serão para sempre incompletos. Parte de mim morre agora. Como irmãos gêmeos, não consigo imaginar a minha vida sem ser dois. Não sei mais ser um. As palavras, os juramentos, o programa que tinhamos marcado pra semana que vem. Tudo agora se resume às caixas que guardo suas lembranças. Preferia mil facas enfiadas na garganta, mas uma mão de amor a me segurar. E ecos na minha mente insistem "eu sempre vou fazer de tudo pra ficar com você". Não há mais o que eu possa fazer. Não há mais você. Ainda há amor.
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