As coisas nunca ficam da mesma forma por muito tempo. Vivemos reinventando nossas vidas, nossos sentimentos, nossas maneiras de dizer alguma coisa, as gírias, o penteado. Somos cópias do que fomos ontem, projeções de amanhã. Somos, somos sim.
Isso é ainda mais presente na gente, que por bem ou por mal, somos a tal geração Y, a juventude das tantas janelinhas abertas ao mesmo tempo, da moda efêmera, do segundo que vale por uma eternidade e dos minutos que não valem nada. Nós, frenéticos, compulsivos, neuróticos, vivemos em uma eterna mania de ser. Ser o tempo inteiro. Mas não a mesma coisa durante todo o tempo.
E aí vem o destino e prega uma peça. Deixa sua vida monótona? Sua faculdade morta? Sua cidade com o eterno mais do mesmo? O que anda acontecendo com a gente?
Bem, no início eu achei que era só comigo. Até escrevi um texto no blog, recentemente, afirmando o quanto eu gostaria de morar numa caverna, visto que ando sem saco para o mundo. Mas minha angústia quando compartilhada com outras pessoas foi dada como comum. Estamos cansados. Cansados do nada. Queremos mais, mais de algo que ainda não veio. Mas, queremos.
Hoje estava com uma amiga, no carro, com a cidade passando ao nosso redor e pensando "vamos a algum lugar que nunca fomos, mudar o jeito de se vestir, cortar o cabelo...". A gente ria, porque se não fosse trágico, seria cômico.
Só queremos tentar. Tentar algo novo, tentar que dê certo. Tentar ter surpresas, tentar ser feliz, tentar ter uma explosão de sentimentos, chorar, sentir a perna tremer, odiar, amar, fechar os olhos, ficar em silêncio, segurar a mão de alguém.
Estamos esperando.
Com ou sem emoção? Com emoção, sempre.
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