domingo, 14 de agosto de 2011

Mudam as roupas, os números de telefone, o peso, a idade, as músicas. Só não dá para mudar as paixões. Essas ficam impregnadas na alma, como whisky fica no hálito. E vai dando saudade, saudade de mim e de você e de tudo que a gente era, de como a gente era, de como a gente era. Dos sonhos que eu tinha, acreditava e torcia para que se tornassem reais. Tenho saudades da pessoa que eu era com você todos os dias. Todos os dias.
As coisas ficam sempre bem, não há dor ou mal que dure para sempre - pelo menos não o tempo inteiro. Mas, o destino é menino mimado, não pode ver a gente bem que tenta dar uma rasteira. Uma pessoa passa com o seu perfume, com o seu cabelo, com o seu sorriso. Na verdade acho que nenhum deles tinham nada de você, mas é tanta saudade dentro de mim que tento te enxergar a todo custo.
Vem cá, deixa eu te falar da última semana, deixa eu te falar do restaurante novo que eu descobri, da banda coreana que eu to viciada, do filme que eu assisti no cinema e odiei. Deixa eu te dizer que tive uma febre que quase me matou, que minha mãe casou e foi morar na Rússia, deixa eu te falar do capítulo da novela, da minha dor nas costas. Mas deixa eu te falar da minha vida, eu não consigo imaginar coisa mais estranha do que viver sem você saber.
E aos poucos eu vou me tornando alguém que você não conhece, alguém que eu também não conhecia. Essa pessoa que eu sou hoje combina com a minha nova vida. Novo trabalho, novos amigos, novas músicas. E você vai fazendo parte do que eu fui, mas continua aqui dentro de mim, no que eu sou.
Você não para de pulsar dentro de mim.

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