domingo, 25 de dezembro de 2011

Projeções na mente, tento apagar e fingir que não penso em você. Te encaro, você está na minha frente com um sorriso bonito, olhar sincero. Acende um cigarro, fala de música. Você está tão sexy agora que eu quase dou bandeira. O telefone toca, você atende e presto atenção nas poucas palavras que você diz, tento desvendar o que se passa no outro lado da conversa, tento entender sua vida. E aí você fala dela, diz que vão passar as férias em Bangladesh, que alugaram um barco para o verão. Mais uma vez, sorrio e desconverso. Falo de assuntos aleatórios, mas a minha intenção é perguntar se você também sente isso tudo. Será que você também me faz perguntas secretas dentro do seu coração? Sem querer, continuo sonhando com possibilidades malucas em que meus sonhos poderiam acontecer. Queria sentir tua pele, teu cheiro, tua boca e a tua respiração. Desvio o olhar, você fala do trânsito. Estamos sozinhos naquela varanda, vendo o sol se pôr. Você acende outro cigarro, eu reclamo que você tem fumado demais e você me olha com aquele olhar reprovador, me lembrando que eu não tenho nada, nada mesmo, com a sua vida. Dentro de mim você desperta o proibido. Longe de mim, você vive a realidade. Está na hora de acordar. Espera. Quero sonhar só mais cinco minutinhos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

happy last year

Quando eu era criança, sempre achei que um dia seria alguém reconhecida e famosa. Sonhei em ser atriz muito tempo e após anos de teatro na escola, resolvi virar jornalista. Mas nunca perdi aquele sonho de segurar um troféu com as duas mãos, sabe? E puxar uma listinha do bolso, agradecendo a todos que teriam feito parte daquele sucesso. Sim, vocês estão sentindo vergonha alheia de mim nesse momento e é por isso que vou pular logo essa parte da história para ir ao que realmente interessa.
Esse post será enorme, então aviso logo que quem não tiver com paciência ou coragem, pode parar por aqui. Daqui para frente só vou piorar o tédio de vocês.
Bom, é final de ano e não sou singular e independente o suficiente para não cair no velho clichê social de fazer um balanço do ano que vai embora. E, fazendo as contas, percebi que nesses vinte anos da minha vida, 2011 foi o ano em que as coisas mais importantes e mais marcantes aconteceram. Boas ou ruins, efêmeras ou extensivas, as realizações e não realizações de 2011 me deixam com vontade de fazer apenas uma coisa agora: agradecer. Então pegarei meu lindo troféu e puxarei a lista com os nomes de quem mudou, iluminou e/ou ferrou a minha vida em 2011. Só continue lendo essa publicação se você conseguir me imaginar em um lindo vestido longo, preto, com brilhos e paetês. Imaginou? Então, vamos lá.
Na verdade, 2011 só termina do jeito que tá terminando por conta do final de 2010. Foi quando entrei na E.life e conheci Tuka, Mari e Fernanda. No começo de 2011, Paulinho virou meu chefe e mudou não só o meu direcionamento profissional (foi quando desisti de ser jornalista para virar social media iiih) mas me ajudou a construir o tipo de profissional que eu queria ser. Tuka, Mari e Paulo me ensinaram a ser gente grande, em todos os sentidos. A minha mudança no meu foco profissional foi simultaneamente ligada a uma série de mudanças na minha vida pessoal. Acabei um longo namoro (Daniel, você sempre será alguém que vou amar e respeitar por toda a minha vida. Amo muito você, independente da forma que esse amor tenha tomado. Obrigada por tudo), tive que reaprender a pensar só, egoísta e independente. Mas tive a grande chance de reconstruir e reinventar minha vida e fiz isso da melhor maneira que pude.
Conheci pessoas incríveis, como todo o ê.vida, descobri que amor de verdade perdura, independente da distância, com Louise, senti saudades de Marina e de Ricardo. Me aproximei de pessoas que, de certa forma, já faziam parte da minha vida, mas que eu jamais tinha entendido o quanto eram incríveis como Babi, Jessica e Fernandinho. Dividi confidências, risadas e lágrimas com Carol. Fui promovida e ganhei na loteria possuindo estagiários que me ensinam e me deixam crescer a cada dia (Bia, Déb, Fuad, Gui, Gabi e Mirella). Tive um grande, generoso e fiel companheiro profissional chamado Jairo Deoli. Dividi angústias e aprendizados com Mari, Tuka, Priscilla e Luiggi. E, como fazemos há quase 10 anos, relembrei com as Justines que irmãs de coração estarão sempre por perto.
Aprendi com Sthael e com Gabi Machado que amigas nem sempre serão parecidas com a gente, mas que no fundo a gente se entende e isso não quer dizer que não podemos compreender alguém que age ou pensa diferente de nós. Ao contrário, devemos crescer e aprender com elas. Conheci amigos que, tenho certeza, já são meus amigos há muitas vidas, como Matels. Passei por situações de família muito tensas e tive sempre Olga ao meu lado, sendo amiga, prima, irmã e meu cérebro muitas vezes, além do meu coração. Apesar da distância, tive sempre o amor e a certeza de que Bel e Cate estariam sempre por mim, assim como eu sempre estarei aqui por elas.
Entre mudanças de cargo no emprego, idas e vindas a São Paulo, despedidas e reencontros, eu cresci mais um pouquinho. E, pensando bem, apesar de todas as coisas ruins, esse ano foi incrível. Em nenhum momento que precisei de alguém, fiquei só. Tive sempre pessoas lindas e amadas ao meu lado, das quais eu nunca vou esquecer. Amo vocês. E mesmo que alguns não fiquem na minha vida para sempre, eu amo cada registro e lembrança que vocês deixaram comigo.
Dos próximos 12 dias do ano eu não espero quase nada. Vocês já me deram coisas demais. Feliz 2011, feliz vida, feliz nós. Muito, muito, muito obrigada.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

someone like...

Hoje comprei o álbum duplo de Adele. Cheguei em casa morta de cansada, andei pelo shopping a noite inteira, mas fiz questão de assistir os 100 minutos do DVD ainda esta noite. Música atrás de música, facadinhas no peito, bem no jeito Adele de nos ferir. Someone Like You é a minha música predileta. Acho que sou do tipo que acha bonitinho você desejar tudo de bom a alguém, mesmo que esse alguém não te queira como você o quer. Pois bem, enfim começa a tocar a minha musica preferida, na verdade ela é a penúltima do show. E em um concerto com milhares de pessoas, o eco da multidão faz Adele parar de cantar e ouvir: Never mind, I'll find someone like you. E então a nossa musa de voz estridente, chora. De princípio, pensei que Adele chorava de emoção em ver tantas pessoas cantando sua letra, mas por que só na penúltima música? A verdade, meus amigos, é que Adele nunca deve ter encontrado alguém como esse cara, assim como as milhares de vozes embargadas na platéia também não. E, bem no fundo, por pior que nos sentimos, é isso que queremos, não é verdade? É alguém como ele, como ela, como aquele alguém que não quer você, que encontrou uma garota e é casado agora (vide música).
Amar. Você está fazendo isso errado. Sim, eu, você, Adele, a platéia, todos nós estamos errando. Com a imaturidade da nossa juventude, com a birra da nossa geração e, acima de tudo, com esperanças infundadas, escolhemos pessoas semelhantes, acreditando que uma hora vai dar certo. Muitas vezes, entretanto, mudamos para que, no final das contas, alguma coisa embale enquanto na verdade não fosse preciso que nós nos violentássemos dessa forma e, sim, apenas aceitar que alguém como aquela pessoa não vai fazer a gente feliz. É de outro tipo de gente que precisamos. Não do tipo que já conhecemos, que já não deu certo, que já afundou.
Tenho certeza que um dia olharemos para trás e iremos rir dessa busca insana por alguém, como aquele alguém, a nos completar. Nesse dia, talvez, teremos entendido que as vezes não há nada de errado conosco. As vezes a culpa não é nossa. Nesse dia, quem sabe, encontraremos alguém não semelhante a você, mas  a mim.