domingo, 29 de abril de 2012

Bangladesh


-Sim. (e um sorriso)

Foi isso o que ela respondeu pra ele quando ele perguntou se iriam juntos para Bangladesh. Iriam. Iriam juntos para onde ele quisesse. E, ao contrário do que a mãe dela pensou, do que a vizinha dela disse e do que todas as amigas entenderam, não era submissão. Não era falta amor próprio e nem subverter valores. Nina era focada e decidida e o maior dos planos dela, naquele momento, era fazer aquele projeto de amor eterno dar certo. E o que é o amor senão o companheirismo, a ombridade, o estar junto independente de lugar, clima, conta bancária?
Você já ouviu a expressão 'conte comigo para qualquer coisa' um milhão de vezes, mas quantas vezes você realmente acreditou nessa frase? Quantas pessoas você tem para contar, de verdade, para qualquer coisa? E para ir para Bangladesh?
As vezes vale a pena se perder na imensidão do outro. Nos planos do outro. No amor total e incondicional. As vezes vale a pena ser mais ele que você, vai chegar uma hora que você vai precisar que ele seja mais você do que ele também. E é assim, vivendo cada dia os desejos de um que um casal consegue ser dois.

'Sabe o que é? Eu não consigo me entregar devagarzinho ou não me entregar toda. Eu preciso ser intensa, sincera e inteira. Em tudo.'

Foi assim que Nina escreveu o bilhete de despedida. Nenhuma das suas amigas a apoiou. São tão poucas as pessoas que conseguem entender a imensidão de se entregar. São poucas as pessoas que se entregam. São poucas as pessoas que são inteiras.

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