As pessoas são preguiçosas. Preguiça de levantar e pegar o controle remoto, preguiça de andar dois quarteirões no lugar de pegar um taxi, preguiça de fazer comida de verdade, preguiça de pensar, de não usar a calculadora e nem o tradutor. Somos todos preguiçosos. Mas uma coisa que eu nunca tive preguiça na minha vida foi de conhecer pessoas. E não me refiro a conhecer novas pessoas, disso, sim, tenho preguiça. Mas falo de conhecer os meus, os próximos, os que estão perto de mim. E, dessa forma, eu sempre me conheci mais. Sempre.
Acontece que eu sou uma pessoa muito faladeira, muito barulhenta, com sorriso largo e olhos curiosos. E aí tem gente que tá junto de mim e jura que me conhece dos pés a cabeça. Bobinhos. Só me conhece de verdade quem não tem preguiça. Preguiça de quebrar minhas barreiras, as redomas que construí em volta dos meus sonhos, desejos, promessas, espinhos.
E foi percebendo que nunca ninguém seria tão meu amigo quanto eu queria que eu virei a minha melhor amiga. Eu virei a única pessoa com quem sei que posso contar todos os dias, todas as horas. E não é desprezo pelos meus amigos, eles são, sim, maravilhosos, mas eu sou assim exigente. E foi assim que eu aprendi a me virar sozinha. Não por desejo ou egoísmo, mas pela busca pela plenitude.
Ninguém é bom o suficiente para você dividir seus sonhos, seus dramas e seus fracassos. Ninguém será bom o suficiente para se envolver com os seus problemas e as suas conquistas da forma que você espera.
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