quarta-feira, 13 de maio de 2009

desconserta-se ao rever teu antigo amor

Sofia saiu apressada, quase corria. Ela não sabia para onde estava indo, mas seu coração sentia necessidade de sair daquela casa, tomar novos rumos (mesmo que tão instantâneos e breves como um miojo de galinha caipira). Bem, mas no meio do caminho tinha alguém, tinha um caminho no meio de alguém. Olhou para os pés, não precisava ver seu rosto, sabia que era ele! Era Edgar, amor mais fervoroso que Sofia já viveu na vida. Não o maior, mas o mais fervoroso. Sofia gelou e pensou em sumir, mas Edgar a viu e estava vindo em sua direção. Como se tempo e espaço fossem dimensões volúveis, ao mesmo tempo que seus pensamentos giravam em frações de segundo, Edgar parecia ter asas nos pés, pois estava chegando muito rápido e Sofia ainda não tinha idéia do que fazer, dizer, onde enfiar as mãos. Edgar chegou pleno, calmo e sorridente, elogiou Sofia e brincou com coisas que ela nem acreditou que ele ainda lembrasse. Assim como chegou, disse que estava apressado e precisava ir. Sofia ficou intacta, quase tinha que lembrar de respirar. Como alguém que tinha saído de sua vida há tanto tempo ainda a fazia ter tonturas de nervosa? Lembrou dos dias em que ela e Edgar passavam horas no telefone, riam juntos (e como riam!) e também lembrou que não sabia ao certo o por que não tinha dado certo. 'A gente não pode saber de tudo nessa vida, Sofia' - foi o que sua mãe e todas as suas amigas lhe disseram. Mas para Sofia, lá no fundo, tanto ela como Edgar sabiam sim. De tudo.

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