segunda-feira, 18 de maio de 2009

O garoto da casa ao lado

Sofia pegou o jornal, tomou um gole do café. Ouviu algum estrondo na rua, uma batida de carro talvez, então levantou-se e foi até a janela. Viu que algumas pessoas também tinham ido ver o tal estrondo, mas não tinha nada na rua... Talvez tenha sido algum maluco que passou fazendo graça. Levantou os olhos e viu o céu, abaixou um pouco e viu a antena parabólica de um dos prédios vizinhos ao seu e foi só descer um milímetro de sua visão que se deparou com a janela. A janela da casa de Augusto, a tal janela que há algum tempo fazia Sofia suspirar. Ela lembrou de quando acompanhava os passos que Augusto dava de sua casa até a dela e de como seu coração gelava quando ouvia a campanhia de sua casa tocar. Como num flashback chegou a sentir o perfume de Augusto novamente, quase podia toca-lo, pois ainda lembrava do tom de sua voz e da textura de sua pele. De repente Sofia sentiu um sorriso no céu de sua boca, tinha boas lembranças. Muitas. Talvez as coisas tivessem tomado rumos diferentes dos que eles imaginaram, e talvez esse caminho de agora fosse sem volta. Mas as rosas que tinham cultivado eram eternas e essas sempre valeriam a pena recordar. Rosas, que nem as que o porteiro trouxe para Sofia numa terça-feira modorrenta.

'Para sempre teu, para sempre meu, para sempre nosso'

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