terça-feira, 28 de julho de 2009

Sofia: placas de carro não dizem nada


Sofia naquela manhã colocou a calcinha e o sutien da sorte. Não tomou o suco de maçã em caixinha, porque toda vez que ela tomava aquele bendito suco acontecia algo ruim. Tentou sair de casa com o pé direito e rezou no caminho para que tudo desse certo. De nada adiantou, a vaga do emprego tinha sido preenchida. Merda. Saiu do alto prédio empresarial e parou na banca de revista, pediu ao rapaz da banca que lhe desse uma carteira de Carlton, mas voltou atrás quando a voz irritante da consciência lhe disse que ela tinha parado de fumar. Saco! Nem fumar ela podia. Passou uma ambulância e Sofia tinha mania de somar todos os números das placas até totalizar apenas um. Era uma brincadeira que sua mãe tinha lhe ensinado e ela levava essa mania por toda vida. Somou todos os números, deu o número 8. O número significava ódio e era exatamente o que Sofia sentia naquele momento. Que dia azarado! Resolveu ir andando pra casa e enquanto pensava na bela porcaria que era sua vida, tropeçou e caiu nos braços de um anjo. E um anjo de carne osso. E de repente nasce um belo dia.

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