quinta-feira, 17 de setembro de 2009

hello, stranger



Bom, ontem estava em casa, sem muito o que fazer. Aliás, eu tinha muita coisa pra fazer, mas não estava com saco pra fazer o que tinha pra fazer. Então fui pra janela. Gosto de ficar na janela aqui de casa. Eu moro em um prédio que fica no cruzamento de duas ruas - Rua Marechal Deodoro e Rua Larga. Meu bairro não é muito movimentado, tem muitas casas residênciais e aqui na rua só passa um ônibus. Então, como estava dizendo, fui até a janela do meu apartamento, a da sala que dá pra se esticar mais e observar a rua e maior ângulo. Sem pensar no que tava fazendo peguei a máquina e comecei a tirar algumas fotos de todos que passavam. Com o zoom da máquina eu conseguia observar coisas que o meu olho não via tão bem e fui me divertindo. A última foto que bati (ao todo 45) foi a da senhora acima. E só depois da foto tirada eu observei que a senhora olhava para trás. Olhava para o lugar de onde tinha vindo, talvez na espera de alguém, talvez vendo se deixou cair alguma coisa, se esquecia de algo. Não sei. Essa foto me tocou, me tocou mesmo, começo a pensar em toda uma vida que essa velha mulher poderá ter tido, dos amores que teve, dos filhos que talvez tenha, dos amigos... O que será que sobrou de tudo? Quem ela enxerga ao olhar pra trás. Me resta a foto e minhas supostas respostas para minhas curiosas questões.

Um comentário:

  1. "Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros." (Caio Fernando Abreu)

    Eu penso nisso todos os dias. Confesso que esses pensamentos se alastraram mais depois que comecei a fazer meu curso (psicologia). Existem tantas pessoas que passam por nós, que convivem conosco que já viveram mais, menos ou o mesmo tempo que você mas que já passou por coisas totalmente diferentes e coisas totalmente iguais.. Isso é louco.

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