quarta-feira, 5 de maio de 2010
pode sempre piorar.
Foi quando ela olhou nos olhos dele, desesperada. Do rosto dela gritavam expressões, frases desesperadas. Ele, pleno, a olhava com ternura. A face dele parecia um pouco distante, ela chegou a duvidar se era ele, realmente. Ele pegou sua mão. Ela chorava, chorava, chorava. Ele disse 'vai ficar tudo bem'. E ela sentiu os problemas pesarem ainda mais em suas costas. Monstros não a deixavam dormir, todo aquele peso, toda aquela angústia. E, até ela, que nunca perdia o sorriso, se rendeu às lágrimas infinitas. Queria abraçá-lo, mas não podia. Queria que qualquer coisa boa acontecesse, só para poder acreditar que coisas boas ainda acontecessem, só para não perder a esperança. Esperança? Que esperança? Não era mais esperança, era senso de justiça. Se já tinha tanta coisa ruim acontecendo, não acreditava que coisas piores estavam por vir. Estavam? Ela repetia, silenciosamente, para si mesma "VAI PASSAR". E da última vez que pensou isso, pensou tão alto que ele chegou a escutar. Voltou até o plano dela, deu um beijo em sua testa, desejou boa noite. Ela, com raiva, disse se sentir sozinha e não o perdoar por não estar mais ali. Ele sorriu. Ela tentou interpretar aquele sorriso como um anúncio de quem sabia mais do que ela. E quando o sol raiou ela teve que enfrentar o mundo, mesmo com tantas facadas em seu peito.
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