As lembranças que eu tinha na mente da lenda de Robin Hood eram de um cara com um chapéu verde, que roubava dos ricos para ajudar os pobres. Mas também me lembro que nunca consegui gostar desse carinha como se gosta de um herói. Talvez, pelo senso crítico de uma criança, que aponta 'roubar é errado' e a imaturidade da compreensão das exceções e não exceções.
Ontem assisti o Robin Hood na versão 2010. Ao entrar na sala percebi que o público infantil ou juvenil não exisita. Só adultos, sérios e com uma expressão de ansiedade no rosto. Estavam todos, como eu, curiosos para saber como fariam para transformar aquele herói meio termo que não conseguimos gostar na época de criança, em um grande herói na telona.
A primeira coisa que me impressionou foi Russell Crowe. Gosto do seu trabalho, mas gostei ainda mais depois de ver o quanto ele encarou o personagem. Mas Crowe não é um ator apropriado para mocinhos de cinema. Ele é rude. Percebi que não teríamos um herói manso nem idiota. Ganharíamos um cara brilhante, mas não mais do que um ser humano.
O filme conta com um elenco de peso. Também há espaço para todos os personagens, conseguimos conhecer o perfil de cada um. E então, temos um Robin Hood que troca a flecha por uma espada. Bingo para o diretor! A flecha entra nos momentos decisivos do filme, fazendo a gente lembrar que não se trata de Tróia, Gladiador ou Cruzada. O filme ainda é dele, do nosso pseudo mocinho.
Fala de amor entre pai e filho, homem e mulher, rei e sociedade, sociedade e sua cidade. Trata da raça pura do ser humano. Da grandeza e coragem de uma mulher, da verdadeira humanização de um padre.
Ainda aponto para a trilha sonora e a fotografia. Tudo maquiavélicamente planejado para nossa redenção. Ridley Scott , mais uma vez, me fez virar fã de seus filmes, como aconteceu com 'Rede de Mentiras', 'Hannibal' e 'O Gângster'. O cara é realmente bom, meus amigos.
Robin Hood me surpreendeu e, bem no começo da minha idade adulta, ele para mim virou herói.
Por: Maria Eduarda Ferraz
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