segunda-feira, 26 de março de 2012

Why so serious?

- Porra, tu tem que levar tudo tão a sério?

Foi assim que Tiné me chamou a atenção, visto que eu tinha ficado emburrada depois dela fazer piada. Foi então que eu concordei "tenho", ainda com tom emburrado. E ela nem sabe, mas naquele momento meus olhos encheram de lágrimas. Desculpa, minha amiga, não é que eu tenha que levar tudo tão a sério. Mas a culpa não é minha. 
Primeiro, como não levar tudo tão a sério se eu tenho minhas contas pra pagar, os prazos pra entregar, a saudade dos amigos pra administrar, os finais de semana pra perder, o sono acumulado para esquecer, a tendinite para curar, a unha que tem que fazer, a sobrancelha que não para de crescer, os cabelos que preciso aparar, as medidas que é preciso perder, preciso passar naquela lojinha do centro para ver cor de lustres e escolher o novo sofá da sala com a minha mãe.
Como não levar tudo tão a sério se ultimamente a única luz que tenho visto é a do monitor do computador? Como não levar tudo tão a sério se há anos não vejo alguns amigos e que sempre ficamos no 'vamos marcar' mas as atribuições de gente grande acabam nos roubando as coisas mais importantes? Como não levar tudo tão a sério se o trânsito não para, se o atendimento da TV a cabo é uma droga e se eu ainda nem tive tempo de ver a filha de uma das minhas melhores amigas que nasceu há quase... três anos?
A vida é séria, minha amiga Tiné. E eu peço desculpas. Desculpas a você e a todos os meus amigos que não tem visto meus sorrisos, que não tem conseguido ter minha presença nos aniversários, casamentos e batizados. Desculpem a ausência, a demência e a ignorância. Acho que me tornei uma pessoa séria.
E hoje deu tanta saudade. Saudade dos dias que a gente dormia à tarde, com o sol laranja entrando pela janela do apartamento. E que depois era a hora de se arrumar para a festa. Festa. Faz tempo que eu não vou a uma festa. 
To com saudade dos meus amigos. A vida amorosa da minha melhor amiga tá um caos. To com saudade dos domingos à tarde, saudade  das madrugadas dos sábados e das sextas. Das sextas sinto muita saudade. To com saudade de dormir o dia inteiro, saudade de dizer 'passa aqui em casa, to de bobeira' e rir, rir, rir. Porque desculpem aos que se rendem, mas eu não gosto de levar as coisas tão a sério. Eu não sou tão séria. Desculpem a ausência, eu prometo que vou voltar.
Esse não é um texto de amor. É um dos únicos, talvez o primeiro, em que a realidade é o tema principal e que o lúdico não teve vez. Talvez esse seja um texto sério demais. Mas também preciso ser justa e dizer que nos últimos dias apareceu um príncipe na minha vida que me tem roubado sorrisos e que com ele eu não consigo ser séria demais. Confesso, sem medo, eu confesso que esses momentos são os únicos que conseguem me manter lúcida. Droga. Acabou virando um texto de amor. Que seja. Chega de seriedade, eu quero voltar a gargalhar.

Um comentário:

  1. parabéns pelo teu blog.
    mto profundo e descolado

    to indicando ele no meu site pessoal
    http://giovanigelati.br30.com/

    brçs

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