quarta-feira, 11 de abril de 2012

Dois (2)

São 30 dias, 720 horas e 43200 minutos. Falando assim, um mês parece muito. Mas na verdade não é. Quantas vezes você já parou e pensou 'nossa, já é outubro?' porque na sua cabeça ainda era, sei lá, julho. Os meses passam muito acelerados quando a vida tá mais ou menos.
Entretanto, nós nunca sabemos o que nos aguarda. Um dia você acorda e é a mesma pessoa de sempre, mas um acontecimento ao longo daquelas 24h pode mudar sua vida. Pra sempre. Foi mais ou menos assim que aconteceu comigo há exatos trinta dias atrás.
Eu estava comendo hamburger. Não, a cena não é nada romântica, aviso de antemão. E aí eu olhei pra ele, que sentava do meu lado com tanta dedicação. Não sei explicar como uma pessoa pode sentar com dedicação, mas o que eu quero dizer é que ele aparentava, de verdade, querer estar ali. E aí eu olhei bem nos olhos dele, que representavam tanta coisa pra mim naquele momento. Representavam a fé, o amor, a esperança de que, sim, duas pessoas podem ser felizes juntas. E eu perguntei se ele queria ser meu namorado. Ele quis.
Segundo o dicionário, trauma significa:

s.m. Fig. Desagradável experiência emocional de tal intensidade, que deixa uma marca duradoura na mente do indivíduo.

E era assim que eu me sentia. Traumatizada. Eu tinha colocado na minha cabeça que eu seria feliz sozinha. Que se envolver, correr o risco de se machucar, deixar que alguém entrasse na minha vida e no meu coração, de novo, seria algo fora de cogitação. Mas eu tinha estabelecido todos esses planos antes de conhecer ele. E ele mudou tudo. Me fez acreditar de novo, me fez querer de novo e, principalmente, me fez abrir mão da confortável solidão para viver o risco de ser dois. Agora é tudo em dobro. São duas cocas, são dois sanduiches, são dois ingressos de cinema. São dois. 
E eu não sei pra onde a gente tá indo e nem no que isso tudo vai dar. Não sei se vamos alcançar a eternidade ou se daqui a uns anos vou sofrer sentindo sua falta. Não sei se vai dar certo. Mas tá dando certo. Eu to feliz. Feliz, confesso, como eu nunca fui, como eu nunca pensei que eu poderia ser. E essa completude, essa emoção e esse coração disparado a cada minuto que vai passando e eu sei que vou te encontrar, não tem preço. 
Eu sou capaz de amar, eu sou capaz de te amar. Eu sou capaz de sentir todas as essas coisas de filme: mãos geladas, coração aflito, saudade excessiva, medo de perder. Eu sou capaz de ter um amor desses de cinema e que me faz tão feliz como só as mocinhas são. Mas o melhor de tudo é que eu não sou mocinha. Eu sou real. De carne, osso e coração. 



Um comentário:

  1. Duda, tou apaixonada pelo seu texto, pela sua coragem e pelo seu amor.

    Um beijo :).

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