Entre todos os casais que já conheci, eles eram um dos mais bonitos. Os dois com sorrisos largos, pele morena, cabelos negros e olhos redondos. Pareciam irmãos, é verdade. Exceto pelo tesão visivelmente presente. Os dois ali, juntos, pareciam dar choque.
Ela era meiga, dessas meninas que de tão bonitas todos tinham raiva só de olhar. Mas com tanta doçura, não cabia outra opção a não ser adorá-la. Ele era desses cabras charmosos. Tocava violão, falava francês e tinha os cabelos enrolados, que chamavam os dedos de qualquer menina para brincar em volta de sua nuca, descendo a mão pelos cachinhos negros que desciam até os olhos.
Essa semana soube que eles não estão mais juntos. Brigaram, acabaram, parece que apareceu outra menina - para ele ou para ela, não entendi ao certo. Nunca fui próxima deles a ponto de ter coragem de chegar, na malandragem, e perguntar o que aconteceu. Mas que o meu peito doeu, doeu.
É tão difícil você ver duas pessoas juntas e não conseguir imaginar uma sem a outra. É tão difícil um casal conseguir transmitir tanta paixão e tanto carinho para terceiros. Acho que quando é de verdade, os sentimentos ultrapassam o individual e transcendem as paredes, fazendo com que todos percebam o segredo dos dois. Aquele segredo que se diz ao pé do ouvido, assim, sussurrando, na imensidão de coisas de um 'eu amo você'.
Aos dois, desejo toda felicidade do mundo sozinhos. Por mais que tenham deixado o mundo menos belo e mais infeliz não estando mais juntos. E que possam se encontrar, mais tarde quem sabe, dentro de um dia colorido. Quem sabe se reconheçam pelos cabelos negros, olhos redondos e sorrisos largos e continuem aquela história bonita que, mesmo acabando, ao meu ver foi infinita.
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