terça-feira, 12 de junho de 2012

O papel celofane.

Ontem fui terminar de comprar o presente do dia dos namorados. Precisava de uma caixa bonita e muitos papéis coloridos, além de um papel celofane transparente, porque é muito mais bonito. Pois bem, esse texto vai seguir assim mesmo, viu? Bem brega. Continuando, a loja já iria fechar e nada do papel celofane transparente. Até que avisto um, o último. Pena que uma mocinha, com uma bela cesta de chocolates nas mãos, também viu e entramos em competição para ver quem, no final das contas, iria levar a melhor.
Saí de lá rindo, pensando em como as mulheres são bobas. E acreditei que, naquele momento, enquanto eu lutava arduamente por um papel celofane com a tal fulana, nossos namorados assistiam TV e tomavam cerveja. Homem não liga pra essas coisas.
Cheguei em casa morta de cansada. Mas eu e Lucas combinamos de trocar presentes na noite de ontem, então ainda terminei de montar o presente e me arrumei.
Tínhamos pensado em ir a um restaurante fino e caro. Mas, no carro, decidimos ir no mesmo restaurante de sempre. Melhor assim. E à meia-noite, trocamos presentes. Lucas me deu um dos melhores presentes que já ganhei na vida. E, melhor, numa caixa, dessas que eu pensei que só as mocinhas compravam. Não tem escapatória, no final das contas todos somos bobos.
Disseram que hoje era o dia do amor. Eu acho que hoje é um dia de comemoração, sim. Se o comércio determinou que hoje seria o dia dos namorados e que todos ganhariam presentes, acho muito justo lutarmos pelo último celofane da loja. Mas hoje tem que ser um dia de comemoração por tudo que você tem no coração.
Quando Lucas toca a campainha da minha casa e eu fico nervosa querendo saber se eu tô bonita. Quando eu durmo junto dele e ele acorda de madrugada só pra fazer cafuné, mesmo acreditando que eu já durmo solenemente. Quando a gente briga e depois ri da briga, ridicularizando todos os defeitos e só deixando as coisas boas. Esses são os meus momentos preferidos.
O amor provoca isso nas pessoas.
E, por falar em amor, eu não consigo deixar de pensar em um dos meus melhores amigos, que se chama Ricardo. Ricardo, ou Cadinho, era o estereótipo do homem desacreditado. Todas as vezes que chorei por amor no ombro de Ricardo, ouvia coisas do tipo "isso passa, doido". E passava. Mas eu, apaixonada, acreditava na eternidade de todos os meus amores. Cadinho nunca acreditou. Nem nos amores dele, nem nos meus.
Acontece que chegou uma menina na vida de Cadinho que mudou tudo. O menino começou a ficar endoidecido, com olhos brilhando e falando dela como quem fala de uma mistura de ursinho fofinho com pedra preciosa. Sim, Cadinho virou um homem meloso e apaixonado. Talvez ele nem saiba, mas hoje eu sinto um orgulho dele fora do comum. Ele, finalmente, abriu o peito para os sentimentos e agora se deixa levar por tudo, até mesmo pela crença na eternidade de um amor.
Então hoje eu desejo um feliz dia do amor para o meu amor e para os meus amigos. Porque, no final das contas, somos todos crianças, correndo atrás de uma bela história para viver. Ou de um rolo de papel celofane para enfeitar.

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