quinta-feira, 27 de agosto de 2009

flores amarelas não valem muita coisa


E como saber quem é quem? Como saber quem você pode ou quem você não pode confiar? Como saber quem vai te fazer feliz, quem vai te fazer sofrer? Tantas dúvidas deixavam Sofia tonta e com vontade de vomitar. As flores na sala, com o pedido de desculpas, não faziam efeito nenhum. Ela ainda tinha vontade de chorar, vontade de esquecer tudo o que viu e ouviu. Ela olhou para as flores mais uma vez e enfim conseguiu reparar suas cores: eram brancas e amarelas. Ela recordou do dia que falou a ele "as flores amarelas resolvem todos os problemas do mundo", e sorriu de sua própria inocência. Sofia enfim percebeu que para certas coisas só existe um remédio: o tempo. Flores não curam tudo, ela tinha sido enganada quando a tinham ensinado isso. E agora? O que fazer com esse corte tão profundo, doloroso e invisível? Como tirar de seus pensamentos a imagem de ingratidão que não parava de girar em sua mente? Como se sentir quando você dar o seu melhor e não consegue? Sofia olhou pela janela e o dia estava ironicamente bonito. Dentro dela, um caos. Lá fora, tudo bem. Ela fechou a janela para que o brilho do dia não ofuscasse sua tristeza. Jogou as flores amarelas na lixeira e foi deitar, com a esperança de que dias melhores iriam chegar, que o tempo cicatrizasse o ferimento e que sua boca perdesse o gosto de sangue.

Um comentário:

  1. "Mas o tempo é um amigo precioso que fica sempre observando aquele instante em que alguém tentou se aproximar. Mas o tempo é um amigo precioso que faz questão de jogar fora aquela mágoa vencida que ficou" Cidadão Instigado - O tempo.

    Essa musica fala por si só. Não preciso comentar mais nada.

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