quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tchau, 2010

Bom, eu sou romântica. E como boa romântica, adoro uma nostalgia! Posso dizer, de verdade, que essa época do ano é linda, cheia de retrospectivas. E então resolvi também fazer uma retrospectiva do meu ano. E vou começar por uma das coisas que mais gosto nesse mundo: cinema. Foi um ano de muitas, muitas surpresas para mim nas telonas. A começar por Sandra Bullock ganhando o Oscar! Bem, eu não sei o motivo, mas não consegui estabelecer um ranking. Melhor assim. Vou colocar aqui os dez filmes que mais gostei de ver esse ano. Indico todos!

Soul Kitchen (Fatih Akin, 2009)







 Deixe ela entrar (Tomas Alfredson, 2008)









Harry Potter e as Relíquias da Morte (David Yates, 2010)







Cartas para Julieta (Gary Winick, 2010)






 
15 anos e meio (François Desagnat e Thomas Sorriaux, 2010)






 Tudo pode dar certo (Woody allen , 2010)







 Recife Frio [curta] (Kléber Mendonça Filho, 2010)






 Red- Aposentados e Perigosos (Robert Schwentke, 2010)








 
Mary & Max (Adam Ellio, 2009)





Nine ( Rob Marshall, 2009)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um novo dia começava para Sofia. Uma angústia estava presa à garganta. Uma sensação horrível, uma sensação de perder tudo. Ela precisava agora lutar contra tudo isso e recuperar as coisas que estava perdendo. Não sabia nem por onde começar. Era tanto amor, era tanto desespero. Ela sentiu vontade de sumir, de morrer. Ela sentiu um desejo súbito de não existir mais. Respirava fundo, procurava encontrar motivo nas coisas. Não achava. Tudo estava de cabeça pra baixo. Tudo. Sofia caiu ao chão.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Olho para você dormindo. Calmo, sereno, lindo. Parece um anjo. De repente, minha memória percorre toda a nossa história e eu me lembro da primeira vez que nos beijamos. A noite quente, abafada. com um blues tocando ao fundo e você se rendendo a ser meu. É assim que me lembro e é assim que sempre vou lembrar. O blues continua tocando na ninha cabeça e me lembro de tantos outros momentos. Como nos primeiros dias em que te vi acordar. As cenas aparecem como flashs na minha cabeça, parecem fotos de dias que não foram meus. Mas foram. Todos os dias que passamos foram nossos, só nossos. Signos e símbolos moldam o meu armário de lembranças. Sorvetes, flores, CDs, filmes, alianças. São partículas vagas de um amor sólido. é sólido, é vasto. Não consigo demonstrar o quanto. Queria te dizer tudo isso quando você acordasse, mas quando olho nos teus olhos as palavras me faltam e só penso em te beijar. Estarei te olhando dormir. Até você acordar e sorrir. Te amo.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Alô.

O telefone chamava  uma, duas, três, quarenta vezes. Só pode estar fora do gancho. Ele respira fundo, conta até três. Imagina a imagem dela sorrindo, conversando com outros homens. Ela estava nem aí. Ele é que era um idiota, perdia o sábado à noite para tentar ligar, se lamentar. E se ela atendesse, o que diria? Não sabia. Ele apena queria ouvir sua voz, seu sussurro, seu tom. Mas o telefone só dava aquele velho sinal de não atende. Na sala, a TV processava imagens coloridas de algum programa imbecil. O rádio, seu querido instrumento vintage no meio da sala, anunciava a sessão romântica dos sábados. E ele ali, com aquele copo nas mãos, o álbum de foto deles no colo e o telefone chamando, chamando. Sem resposta. Aliás, como tudo estava sendo. Ela tinha ido embora sem resposta, não atendia o telefone, não estava em casa quando ele ia até lá. E se tivesse acontecido alguma coisa com ela? Não tinha. Acontece que ele era bobo demais para perceber que a resposta estava tão simples. Bastava se olhar no espelho e perceber que não era mais aquele por quem um dia ela se apaixonou. Na verdade nem ela era a mesma. Mas ele era obcecado, alucinado por ela. O telefone chamava, chamava. E quando a garrafa de uisque já estava quase vazia, uma voz atendeu. Um homem atendeu. Um homem na casa de Clara. Era impossível. Desligou, rediscou, a voz maculina voltou a atender. Ele, confuso, achou melhor dormir. Tinha fé que no outro dia o telefone iria voltar a chamar sem parar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Laura, Heitor e Eduardo.

Laura era uma linda mulher. Já madura, ainda tinha olhos de esperança, que poucos da juventude conseguiam ter. Com tantos amores em seu, peito, parecia que não caberia nunca mais lugar para mais alguém. Foi quando de repente, junto à correria da vida, lhe apareceu Heitor. Heitor, homem inteligentíssimo, um pouco exibido, talvez, mas muito agradável. Ela deixou então Heitor tentar um lugar em sua mente e coração, por mais difícil que parecesse ser. Ele a cortejou com presentes, carinhos e noites divertidas. Embarcou mesmo, se podemos tirar uma conclusão de toda essa história, é que medroso ele não era. E tudo parecia sublime, ele a convidava a rodar e rodar em seu salão. Mas nessa vida, nada é estável. Foi quando Eduardo retornou de um lugar chamado 'Coração Adormecido'. Bastou uma ligação, o coração de Laura disparou de novo. Eduardo era seu mais recente ex-amor. Apesar de faixa etária parecida e afinidades visíveis, ele e Laura eram extremos. Ela era óleo, ele água. Enquanto ela gostava de cidade, mundo, carros e cheiro de fumaça, ele se reservava ao lugar mais distante da cidade. E quando se encontravam, caíam nos debates sobre a vida. Era difícil. Não entendiam que para ser um, é preciso ser dois e o modo de vida de cada um deve ser respeitado. Há pouco se separaram e desde então, nenhuma notícia. Foi quando Laura o reencontrou e sentiu o frio na barriga que estava com saudades de sentir. Com Heitor o frio não existia. Era só mais um amigo, no fundo ela até que admitia. Mas Eduardo balançava sua alma, fazia sua mente fixar nas lembranças e, enfim, ter um levanto de estima por si mesma. Não teve dúvidas. Viveu os momentos a mais que o destino lhe concedia com Eduardo, mas não abriu mão de Heitor. Para quê? Estava feliz daquela forma, era o momento mais feliz dos últimos meses. A consciência nem pesava, pois quando se é feliz não há falso moralismo que vença. E assim continuava a vida de Laura, os dias eram com Heitor e as noites eram pensando em Eduardo. Quanto tempo iria durar ela não sabia, mas esperava que aquela energia e coragem pra vida durassem por um longo instante.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Luzes fluorescentes.

Ela olha a cidade lá fora, vê as luzes acesas. O natal está para chegar. Ouve uma música nova, mas a melodia parece extremamente familiar. Momentos começam a passar à sua frente, quase se vê nas cenas, como nos filmes, que as pessoas enxergam as lembranças como se não estivessem presentes. Uma alegria inexplicável aponta em seus lábios e ela sorri. Há quanto não sentia aquilo? A ansiedade pelo novo, a vontade de viver outra era. Tem tido tempos difíceis. O pior, é que ninguém sabe o que passa na cabeça dela. Ela ri, de ironia. Quem é ela? Ela guarda a resposta apenas para si. Está com vontade de dançar, de chorar de felicidade. Está com vontade de abraçar as pessoas que ama, as pessoas que lhe são importantes. Ela sempre gostou da nostalgia, nunca viu problema em sentir saudade. E mesmo sabendo que sempre falta alguma coisa, de fato, ela se sentia completa naquele momento. Deixava os maus espíritos levarem os sentimentos péssimos. Respirava nova fase, novos ares. A vida não era tão ruim. Voltou a janela, viu as luzes de natal novamente. Branca, azul, vermelha... O arco íris fluorescente tocou seu coração. Era tempo de ser feliz.