quinta-feira, 17 de maio de 2012

A menina que ri alto

Olha lá a menina que ri alto. A menina que fala alto. A menina que suspira alto. Tudo o que ela faz dá pra ver. Olha lá o coração dela pulsando por você sabe quem. As batidas são tão fortes que todos conseguem ouvir. E o calor do sangue das suas veias também dá pra sentir. Porque tudo que essa menina faz é de verdade, é humano e dá pra sentir bem no peito o quanto é sincera essa paixão dela pela vida, pelas pessoas e pelos momentos mais delicados e passageiros, mas que ela guarda no coração.
Tá bem, tá certo que não é de bom tom utilizar sempre do exagero para seguir na vida. Precisa rir tão alto assim, menina? Precisa falar pros quatro cantos o que tá sentindo ou pensando? Essa menina não tem filtro não, é?
Tem não. Ela é uma fratura exposta, sempre à mostra de quem quiser ver. Acontece que quando a gente se expõe muito, a gente mostra o que as pessoas querem e o que não querem ver. E o que quase ninguém quer ver é a verdade.
Olha lá a menina ligando de novo pra ele, indo ao encontro dele. Olha lá como ela se joga na frente desse homem como quem se joga na frente de um caminhão e diz 'pode passar, eu vou me arrebentar todinha, mas eu não vou sair daqui'. E aí ela vive esse acidente passional de paixões, ilusões, desejos, suspiros, beijos, olhares e recordações. Ela vive no mundo dela, que não precisa ser meu ou seu. É dela.
Olha lá a menina que ri alto. A menina que fala alto. Tudo o que ela faz dá pra ver. Você quer ver? Ela te mostra. Mas não tenha medo, não. É só uma menina rindo alto e dentro dela o coração pulsando em sangue e amor.

para Sthael.

domingo, 13 de maio de 2012

famiglia

Minha família nunca foi tradicional. Nós não somos chiques, não somos finos. Somos barulhentos e um pouco mal educados. Uma vez, o namorado da minha mãe disse que nos parecíamos uma família italiana. Mas eu acho que nós somos bem brasileiros mesmo. Desses, classe média, emergentes, farristas e trabalhadores. Nada de mais, nada de novo. Somos só mais uma família comum entre tantas outras por aí.
Acontece que há quase três anos sofremos duas perdas. Meu avô e meu tio, patriarcas da família, morreram em menos de três meses de diferença. Sem dúvidas, o maior trauma de nossas vidas.
Agora eu volto na memória há uns dez anos atrás. Eu e minhas primas trancadas no quarto, conversando. Era natal. Meu avô, no terraço, recebia cada membro da família. Os filhos na cozinha, conversando sobre problemas e soluções financeiras, minha avó no fogão, os primos mais novos brincando e os mais velhos dando apenas 'uma passadinha', pois tinham outras festas a comparecer. Tudo pelo meu avô que ali, sentadinho na cadeira do terraço, acompanhava o vai e vem. Vez em quando ele contava alguma piada, buscava um livro de fotos ou algo assim. Mas, era claro, estava todo mundo mais preocupado em comer, beber e, no final da noite,chegar em casa com a sensação do dever cumprido.
A morte, pra mim, é um mistério. Ainda não aprendo a lidar com ela. As vezes choro compulsivamente, as vezes não consigo chorar. E já houve momentos até de sorrir. Porque, para mim, o amor transborda a vida. E é dessa forma, por esse amor, que a minha família superou o trauma.
Hoje nós somos mais unidos, mais fortes e mais divertidos. Quando estamos juntos, estamos de verdade. E não por obrigação ou dever, não por não saber até quando iremos ter essa oportunidade. Somos jovens. Viveremos muito ainda.  Mas nos juntamos, sempre que possível, para celebrar a vida. Porque hoje, para nós, a companhia da família é a melhor companhia do mundo.
A família também cresceu. Vieram as esposas, os maridos e os bebês. Hoje são três bebês que cumprem papel de filhos, netos, bisnetos e tataranetos. São a continuação. Do sangue, da tradição e da vida.
Escritas da família no dia das mães antecipado (12/05)
Por isso, aprecie sua família ao máximo. Sabe aquele tio do pavê? Ele te adora, mesmo quando reclama que você tá comendo a sobremesa pela quinta vez. E cada família é linda. Seja uma família tradicional, uma família de dois, de três, uma família gay, uma família sem pais ou sem filhos. Uma família de amigos, por que não?! Aproveitemos o amor que transborda na união de alguns. Porque, no final da noite, meus amigos, o que pesa é o coração.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

manual para apaixonados.

"Começo de namoro é tão bom. Aproveite o começo." Todos ouvimos isso. O tempo inteiro. Dos nossos pais, amigos e do comercial do chocolate. Também passou no Fantástico que a paixão tinha tempo certo para acabar e que você tinha que correr até que todo o encanto passasse, até que tudo virasse pó.
Mas será que as paixões são tão efêmeras desse jeito? Eu amo brigadeiro há vinte anos. Será que um dia vou deixar de gostar? Será que um dia vou deixar de ouvir Caetano? Será que uma hora vamos todos parar de tomar coca-cola? Não. São nossas coisas prediletas. E eu, meus amigos, nasci com o dom de me apaixonar eternamente não só por bebidas, comidas e artistas. Eu me apaixono perdidamente, determinadamente e eternamente por pessoas.
Sou do tipo que, em uma festa, paro por um momento e observo os meus amigos que, de tão lindos, me emocionam. Como não prestar atenção na nossa risada, no carinho, no jeito com que eles chamam uns aos outros com apelidos adolescentes e como contamos as mesmas histórias por vezes infinitas? Como não amar minha mãe cada dia mais quando ela chega do trabalho, me dá um beijo na testa e entra no banho cantando a música da novela?
As pessoas são incríveis. Sabe essa pessoa que está do seu lado? Por favor, nunca deixe de olhar pra ela dessa forma. Nunca deixe de observar o jeito que ela ri, a forma que ela olha quando está brava e o sorriso sem graça que ela se esforça para soltar mesmo quando a sua piada não tem graça alguma. Não se esqueça da doçura do boa noite, das risadas cúmplices e das mãos dadas no cinema.
Por favor, não deixe de perceber a pele macia, o abraço confortável e a delicadeza de um beijo apaixonado. Nos dias tristes, tire ao menos dez minutos para lembrar dos seus momentos mais felizes e faça das lembranças boas um álibi contra todo o mal.
Juntos somos mais fortes. Vencemos o velho conceito, a matéria do fantástico e o comercial do chocolate. Porque não há nada mais bonito do que se reapaixonar todos os dias pela mesma pessoa. Somos muitos. Vamos nos descobrir e desafiar as leis da validade. O amor é infinito.


domingo, 6 de maio de 2012

flight,

E se não for pra sempre? E se tudo que você planeja, sonha, quer for comprometido pelo ciúme, pelo desgaste. pelos objetivos opostos? São tantas perguntas e questões que o mais fácil, e melhor, a fazer é ignorá-las. Fingir que as possibilidades ruins não existem. E viver. Viver a perfeição de cada momento, por mais efêmero e passageiro.
Se eu pudesse fazer um pedido, eu pediria que os sorrisos e a paixão de agora fossem eternizados porque não há momento mais doce e lindo do que a inocência de um começo. Não há conforto mais feliz do que os teus braços e não há sensação mais maravilhosa do que acordar com sua barba roçando no meu pescoço.
E aí eu vou construindo uma redoma de flores. Com um monte de sorrisos e palavras bonitas que é pra quando a tempestade chegar a gente ter lugar para se esconder.


quinta-feira, 3 de maio de 2012

nobody is good.

As pessoas são preguiçosas. Preguiça de levantar e pegar o controle remoto, preguiça de andar dois quarteirões no lugar de pegar um taxi, preguiça de fazer comida de verdade, preguiça de pensar, de não usar a calculadora e nem o tradutor. Somos todos preguiçosos. Mas uma coisa que eu nunca tive preguiça na minha vida foi de conhecer pessoas. E não me refiro a conhecer novas pessoas, disso, sim, tenho preguiça. Mas falo de conhecer os meus, os próximos, os que estão perto de mim. E, dessa forma, eu sempre me conheci mais. Sempre.
Acontece que eu sou uma pessoa muito faladeira, muito barulhenta, com sorriso largo e olhos curiosos. E aí tem gente que tá junto de mim e jura que me conhece dos pés a cabeça. Bobinhos. Só me conhece de verdade quem não tem preguiça. Preguiça de quebrar minhas barreiras, as redomas que construí em volta dos meus sonhos, desejos, promessas, espinhos.
E foi percebendo que nunca ninguém seria tão meu amigo quanto eu queria que eu virei a minha melhor amiga. Eu virei a única pessoa com quem sei que posso contar todos os dias, todas as horas. E não é desprezo pelos meus amigos, eles são, sim, maravilhosos, mas eu sou assim exigente. E foi assim que eu aprendi a me virar sozinha. Não por desejo ou egoísmo, mas pela busca pela plenitude.
Ninguém é bom o suficiente para você dividir seus sonhos, seus dramas e seus fracassos. Ninguém será bom o suficiente para se envolver com os seus problemas e as suas conquistas da forma que você espera.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

auto ajuda.

Somos capazes.Capazes de acreditar de novo, de viver de novo, de nascer de novo. Somos capazes de vibrar por uma amiga que vai casar mesmo enquanto consolamos uma outra que está pedindo divórcio. Somos capazes de superar todas essas coisas ruins que apertam o coração e incomodam a mente na hora de dormir. E somos capazes,principalmente, de sermos quem realmente somos. Você já tentou?
Quantos sorrisos diários você dá por conveniência? Quantas vezes você fica calado diante de uma situação para parecer bem educado? Quantas vezes a vontade era de sair correndo mas o corpo te obrigou a ficar?
Feche os olhos, são tempos de sinceridade. Não com os outros, mas com você. Chore. Você tem muito o que chorar. Mas depois ria, rir sempre vale a pena. Chorar as vezes não.
Acredite que entre todos os sentimentos, o pior deles é o fracasso. Nós somos responsáveis por tudo o que fazemos, inclusive pelo nosso perdão. Se perdoar é um dom.
Acredite que existe um depois. Acredite em destino, em sorte ou acaso, mas acredite em alguma coisa que te faça tirar um pouco o peso da busca incansável pela felicidade das costas. As vezes a felicidade encontra a gente e não o contrário.
Por mais dura que a vida possa ser, pode haver felicidade em um domingo à noite. Seja entre você, um bom filme e uma xícara de café, no meio de uma roda de amigos e doses de vodca ou entre dois corpos apaixonados entre lençóis. A felicidade está nas pequenas coisas. No ônibus que chega no ponto bem na hora que você precisa, nos 200 gramas que você perdeu após aquela amidalite ou no sapato novo da promoção que não combinou com nada do seu guarda-roupa, mas que você levou mesmo assim.
A vida é simples e curta. Eu sei que esse texto tá na categoria mais baixa de auto ajuda, mas as vezes não é disso que a gente precisa? Uma auto ajuda? Vamos nos ajudar? Vamos tentar.