domingo, 29 de abril de 2012
Bangladesh
-Sim. (e um sorriso)
Foi isso o que ela respondeu pra ele quando ele perguntou se iriam juntos para Bangladesh. Iriam. Iriam juntos para onde ele quisesse. E, ao contrário do que a mãe dela pensou, do que a vizinha dela disse e do que todas as amigas entenderam, não era submissão. Não era falta amor próprio e nem subverter valores. Nina era focada e decidida e o maior dos planos dela, naquele momento, era fazer aquele projeto de amor eterno dar certo. E o que é o amor senão o companheirismo, a ombridade, o estar junto independente de lugar, clima, conta bancária?
Você já ouviu a expressão 'conte comigo para qualquer coisa' um milhão de vezes, mas quantas vezes você realmente acreditou nessa frase? Quantas pessoas você tem para contar, de verdade, para qualquer coisa? E para ir para Bangladesh?
As vezes vale a pena se perder na imensidão do outro. Nos planos do outro. No amor total e incondicional. As vezes vale a pena ser mais ele que você, vai chegar uma hora que você vai precisar que ele seja mais você do que ele também. E é assim, vivendo cada dia os desejos de um que um casal consegue ser dois.
'Sabe o que é? Eu não consigo me entregar devagarzinho ou não me entregar toda. Eu preciso ser intensa, sincera e inteira. Em tudo.'
Foi assim que Nina escreveu o bilhete de despedida. Nenhuma das suas amigas a apoiou. São tão poucas as pessoas que conseguem entender a imensidão de se entregar. São poucas as pessoas que se entregam. São poucas as pessoas que são inteiras.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Nina. - Cena 1
Sentada no banco do ônibus, com as pontas dos cabelos pintadas de azul, Nina olhava a estrada e seu coração começava a bater mais forte. A sensação de pertencimento, estranhamente, lhe vinha ao peito, apesar dos anos fora daquele lugar. Nos braços, uma única mochila, alguns chaveiros de diferentes lugares. Nos pés, um velho all star. O mesmo com que tinha saído daquele lugar há algum tempo.
Algumas novas tatuagens e alguns novos pertences. No coração, o mesmo amor de sempre, mas novas feridas, fruto da vulnerabilidade da eterna busca pelo amor mais puro.
O ônibus entrou na rodoviária e Nina conseguiu ver seus pais a esperando na fila. Modestos, com roupas simples e humildes, mas Nina não deixou de perceber que eram roupas 'de domingo'. Saltou correndo do ônibus e foi abraçar os seus.
Por cima do ombro dos seus pais teve uma visão inesquecível. Rostos conhecidos, sotaque familiar. E aquele mesmo cheiro de esgoto que dominava a cidade há tanto tempo.
Nina estava em casa. Voltava ao seu lugar.
Algumas novas tatuagens e alguns novos pertences. No coração, o mesmo amor de sempre, mas novas feridas, fruto da vulnerabilidade da eterna busca pelo amor mais puro.
O ônibus entrou na rodoviária e Nina conseguiu ver seus pais a esperando na fila. Modestos, com roupas simples e humildes, mas Nina não deixou de perceber que eram roupas 'de domingo'. Saltou correndo do ônibus e foi abraçar os seus.
Por cima do ombro dos seus pais teve uma visão inesquecível. Rostos conhecidos, sotaque familiar. E aquele mesmo cheiro de esgoto que dominava a cidade há tanto tempo.
Nina estava em casa. Voltava ao seu lugar.
sábado, 21 de abril de 2012
Furei com Chico!
Desde muito cedo conheci o peso da palavra boemia. Meus pais são (acho que, na verdade, foram) exímios boêmios. E eu, no papel de criança anã, dessas que adoram se meter em conversa de adulto, observava os trejeitos, as falas e o jeito com que os adultos movimentavam as mãos. Sozinha, na pequena solidão do ser criança, eu pensava que não via a hora de crescer, tomar um copo de cerveja e rir, daquela forma que meus pais e os amigos faziam. Eles eram felizes.
Uma das minhas recordações mais antigas da minha vida é o barulho do chuveiro ligado vindo do banheiro e a voz do meu pai cantando Olhos nos Olhos. Eu lembro da intonação dele e do jeito que sua voz ficava afinada quando cantava "e que venho até remoçando, me pego cantando, sem mais nem porquê". Por muito tempo, Olhos nos Olhos, pra mim, era a recordação doce da infância em família. A recordação durou até alguns anos, quando sofri minha primeira fossa. Olhos nos Olhos começou a ser, também, trilha sonora da minha vida de mulher.
Chico Buarque sempre foi nome batido na minha casa. E eu adorava (ainda adoro, confesso) quando o meu pai contava a vez em que quase matou Chico de susto e que depois recebeu um beijo na testa do seu ídolo. Meu ídolo. Nosso ídolo.
O som da voz do meu pai, me colocando para dormir, cantando João e Maria, o choro preso na garganta em tantas vezes que ouvi Futuros Amantes, o samba no pé ao ouvir Vai Passar. O romantismo e doçura ao ouvir Tanto Amar. E hoje noto que Chico Buarque não foi só o meu cantor favorito da vida inteira, da vida dos meus pais e tudo mais e coisa e tal, mas ele foi, principalmente, trilha sonora das nossas vidas.
E hoje, meu caro (e caro $) Chico, eu vou furar com você. Não vou ao seu show. E a única coisa que eu posso dizer é que 'suas noites são de gala e o meu samba ainda é na rua', mestre. Meu coração fica um pouco apertado, mas sei que nosso encontro está marcado. "Não se afobe, não, que nada é pra já."
Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião. Até breve, meu ídolo.
Uma das minhas recordações mais antigas da minha vida é o barulho do chuveiro ligado vindo do banheiro e a voz do meu pai cantando Olhos nos Olhos. Eu lembro da intonação dele e do jeito que sua voz ficava afinada quando cantava "e que venho até remoçando, me pego cantando, sem mais nem porquê". Por muito tempo, Olhos nos Olhos, pra mim, era a recordação doce da infância em família. A recordação durou até alguns anos, quando sofri minha primeira fossa. Olhos nos Olhos começou a ser, também, trilha sonora da minha vida de mulher.
Chico Buarque sempre foi nome batido na minha casa. E eu adorava (ainda adoro, confesso) quando o meu pai contava a vez em que quase matou Chico de susto e que depois recebeu um beijo na testa do seu ídolo. Meu ídolo. Nosso ídolo.
O som da voz do meu pai, me colocando para dormir, cantando João e Maria, o choro preso na garganta em tantas vezes que ouvi Futuros Amantes, o samba no pé ao ouvir Vai Passar. O romantismo e doçura ao ouvir Tanto Amar. E hoje noto que Chico Buarque não foi só o meu cantor favorito da vida inteira, da vida dos meus pais e tudo mais e coisa e tal, mas ele foi, principalmente, trilha sonora das nossas vidas.
E hoje, meu caro (e caro $) Chico, eu vou furar com você. Não vou ao seu show. E a única coisa que eu posso dizer é que 'suas noites são de gala e o meu samba ainda é na rua', mestre. Meu coração fica um pouco apertado, mas sei que nosso encontro está marcado. "Não se afobe, não, que nada é pra já."
Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião. Até breve, meu ídolo.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Sofia is dead.
Estava com dois dos meus melhores amigos. A noite de ano novo é a minha preferida do ano. Usei uma calcinha rosa, que era pra ter amor, brincos e pulseira dourados, para ter dinheiro e uma medalha no peito em forma de relógio, que era pra o tempo vir e curar as dores, trazer novas cores.
5, 4, 3, 2, 1. As pessoas se abraçaram. Eu fiquei olhando, sozinha, para os fogos da praia de Boa Viagem. Ali, na cobertura daquele prédio, rodeada de centenas de pessoas no galpão, eu estava só. Eu estava feliz. As cores no céu, o barulho das garrafas explodindo e um pedido, apenas um pedido: mudança. Eu queria mudar.
Acordei no dia primeiro de janeiro e corri para o espelho. Nada tinha mudado. Perdi as esperanças. Não iria ser mágico? Não, não iria. Voltei a dormir. Acordei às 14h e não olhei mais no espelho. Até hoje.
Hoje eu me dei conta de como o tempo passou rápido e de como as dores foram embora. De como me acostumei com a ausência de certas pessoas e de como me apaixonei pela presença de outras. E eu acho que esses quatro meses de 2012 foram mais importantes para a minha mudança do que qualquer outro período da vida inteira. Se os Maias estiverem certos, eu morro em 2012, mas morro renovada.
Ando tendo ideias, sentimentos e reações pouco comuns. Ao longo dos anos, aprendi a cultivar o cinismo. Mas tenho percebido que minhas reações e sentimentos estão cada vez mais à mostra. Teria eu perdido a capacidade de fingir? Teria eu perdido a capacidade e o direito de guardar o que eu sinto só pra mim?
Também me percebo seca em alguns momentos. Tenho chorado menos. De alegria e de tristeza. Algumas lágrias caem. Duas ou três, no máximo. Mas cadê o choro compulsivo, poxa? Ele não vinha umas duas ou três vezes por semana?
E coração de galinha. Eu sempre tive a maior pena na minha vida de comer coração de galinha. E agora eu peço coração de galinha no meio do bar?! Assim, como quem não tem pena das galinhas?
E a música? Eu não vou pro show de los hermanos, não ouço mais Marisa, nem Caetano e nem Gil ultimamente. Tenho escutado Foster the People e publicado fotos no instagram. Meu deus, sou hipster?
Eu não sei pra onde estou indo, não sei com quem estou indo. Desacertei os ponteiros e as direções. Eu to com medo, mas to feliz. E, de tão feliz, decidi uma coisa. Sofia is dead. Sofia me representou por anos. E foi o retrato dos meus sentimentos durante a minha transição da vida boa para a vida difícil - leia-se adolescente para vida adulta. Por isso, vou criar outra personagem. Alguém que represente esse novo eu, essa nova Duda, essa nova etapa, a nova história. Sofia chorou, sorriu, amou, casou com Téo, separou, disse a ele que era tarde demais, acreditou de novo no amor. E Sofia agora vai descansar um pouco, ficar em stand by, quem sabe. Talvez um dia ela volte, talvez uma hora ela apareça e cruze comigo. E aí eu conto tudo aqui, nesse vão de palavras rudes.
5, 4, 3, 2, 1. As pessoas se abraçaram. Eu fiquei olhando, sozinha, para os fogos da praia de Boa Viagem. Ali, na cobertura daquele prédio, rodeada de centenas de pessoas no galpão, eu estava só. Eu estava feliz. As cores no céu, o barulho das garrafas explodindo e um pedido, apenas um pedido: mudança. Eu queria mudar.
Acordei no dia primeiro de janeiro e corri para o espelho. Nada tinha mudado. Perdi as esperanças. Não iria ser mágico? Não, não iria. Voltei a dormir. Acordei às 14h e não olhei mais no espelho. Até hoje.
Hoje eu me dei conta de como o tempo passou rápido e de como as dores foram embora. De como me acostumei com a ausência de certas pessoas e de como me apaixonei pela presença de outras. E eu acho que esses quatro meses de 2012 foram mais importantes para a minha mudança do que qualquer outro período da vida inteira. Se os Maias estiverem certos, eu morro em 2012, mas morro renovada.
Ando tendo ideias, sentimentos e reações pouco comuns. Ao longo dos anos, aprendi a cultivar o cinismo. Mas tenho percebido que minhas reações e sentimentos estão cada vez mais à mostra. Teria eu perdido a capacidade de fingir? Teria eu perdido a capacidade e o direito de guardar o que eu sinto só pra mim?
Também me percebo seca em alguns momentos. Tenho chorado menos. De alegria e de tristeza. Algumas lágrias caem. Duas ou três, no máximo. Mas cadê o choro compulsivo, poxa? Ele não vinha umas duas ou três vezes por semana?
E coração de galinha. Eu sempre tive a maior pena na minha vida de comer coração de galinha. E agora eu peço coração de galinha no meio do bar?! Assim, como quem não tem pena das galinhas?
E a música? Eu não vou pro show de los hermanos, não ouço mais Marisa, nem Caetano e nem Gil ultimamente. Tenho escutado Foster the People e publicado fotos no instagram. Meu deus, sou hipster?
Eu não sei pra onde estou indo, não sei com quem estou indo. Desacertei os ponteiros e as direções. Eu to com medo, mas to feliz. E, de tão feliz, decidi uma coisa. Sofia is dead. Sofia me representou por anos. E foi o retrato dos meus sentimentos durante a minha transição da vida boa para a vida difícil - leia-se adolescente para vida adulta. Por isso, vou criar outra personagem. Alguém que represente esse novo eu, essa nova Duda, essa nova etapa, a nova história. Sofia chorou, sorriu, amou, casou com Téo, separou, disse a ele que era tarde demais, acreditou de novo no amor. E Sofia agora vai descansar um pouco, ficar em stand by, quem sabe. Talvez um dia ela volte, talvez uma hora ela apareça e cruze comigo. E aí eu conto tudo aqui, nesse vão de palavras rudes.
domingo, 15 de abril de 2012
I don't combine with you.
Sabe qual é a maior prova de amor do mundo inteiro? Compreensão.
Você cresce, é educado, criado, formado, tem seus próprios conceitos, valores e ideias. Você passou por momentos, vivências, dias que te fazem ter uma, duas ou três opiniões firmes sobre determinados assuntos e sobre determinadas pessoas.A vida da gente é mais complexa e mais difícil do que qualquer um pode imaginar. To mentindo?
E aí você inventa de dividir a sua vida com alguém. Alguém que, assim como você, passou por momentos, vivências e dias que o fizeram ter uma, duas ou três opiniões firmes sobre determinados assuntos e sobre determinadas pessoas. E aí, meu amigo, o bicho pega.
É diferente discordar de amigo, de chefe ou de subordinado. Uma hora ou outra vocês se separam, vão cada um para suas casas e fica por isso mesmo, esquecem o conflito. Mas quando o cara é fã do FHC e a mocinha é DilmaTeam e eles vão dormir na mesma cama, o caos acontece.
Eu nunca ganhei flores. Também nunca tive grandes declarações de amor em público, nunca jogaram rosas na minha rua por um helicóptero. Mas, confesso, não sou fácil. Sou dessas mocinhas que defendem as ideias até o fim e acabam vencendo pelo cansaço. Por isso, a coisa mais bonita que alguém pode me dar é a compreensão. É o respeito às minhas crenças, à minha postura diante de algumas situações e, principalmente, à minha forma de encarar a vida.
É claro que a vida não é preto no branco e todos temos que ser flexíveis, além do mais, todo mundo pode mudar de ideia (alguém aqui tem preguiça de pensar?).
A minha contribuição ao mundo para me tornar alguém mais compreensiva é amar um cidadão que não gosta de Nutella. Sim, isso é possível. Mas é assim, não é? Um dia atrás do outro e vamos nos superando. Seja a Nutella, a visão política, o time de futebol ou percepções sobre a vida. A diferença nos faz mais bonitos.
Você cresce, é educado, criado, formado, tem seus próprios conceitos, valores e ideias. Você passou por momentos, vivências, dias que te fazem ter uma, duas ou três opiniões firmes sobre determinados assuntos e sobre determinadas pessoas.A vida da gente é mais complexa e mais difícil do que qualquer um pode imaginar. To mentindo?
E aí você inventa de dividir a sua vida com alguém. Alguém que, assim como você, passou por momentos, vivências e dias que o fizeram ter uma, duas ou três opiniões firmes sobre determinados assuntos e sobre determinadas pessoas. E aí, meu amigo, o bicho pega.
É diferente discordar de amigo, de chefe ou de subordinado. Uma hora ou outra vocês se separam, vão cada um para suas casas e fica por isso mesmo, esquecem o conflito. Mas quando o cara é fã do FHC e a mocinha é DilmaTeam e eles vão dormir na mesma cama, o caos acontece.
Eu nunca ganhei flores. Também nunca tive grandes declarações de amor em público, nunca jogaram rosas na minha rua por um helicóptero. Mas, confesso, não sou fácil. Sou dessas mocinhas que defendem as ideias até o fim e acabam vencendo pelo cansaço. Por isso, a coisa mais bonita que alguém pode me dar é a compreensão. É o respeito às minhas crenças, à minha postura diante de algumas situações e, principalmente, à minha forma de encarar a vida.
É claro que a vida não é preto no branco e todos temos que ser flexíveis, além do mais, todo mundo pode mudar de ideia (alguém aqui tem preguiça de pensar?).
A minha contribuição ao mundo para me tornar alguém mais compreensiva é amar um cidadão que não gosta de Nutella. Sim, isso é possível. Mas é assim, não é? Um dia atrás do outro e vamos nos superando. Seja a Nutella, a visão política, o time de futebol ou percepções sobre a vida. A diferença nos faz mais bonitos.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Dois (2)
São 30 dias, 720 horas e 43200 minutos. Falando assim, um mês parece muito. Mas na verdade não é. Quantas vezes você já parou e pensou 'nossa, já é outubro?' porque na sua cabeça ainda era, sei lá, julho. Os meses passam muito acelerados quando a vida tá mais ou menos.
Entretanto, nós nunca sabemos o que nos aguarda. Um dia você acorda e é a mesma pessoa de sempre, mas um acontecimento ao longo daquelas 24h pode mudar sua vida. Pra sempre. Foi mais ou menos assim que aconteceu comigo há exatos trinta dias atrás.
Eu estava comendo hamburger. Não, a cena não é nada romântica, aviso de antemão. E aí eu olhei pra ele, que sentava do meu lado com tanta dedicação. Não sei explicar como uma pessoa pode sentar com dedicação, mas o que eu quero dizer é que ele aparentava, de verdade, querer estar ali. E aí eu olhei bem nos olhos dele, que representavam tanta coisa pra mim naquele momento. Representavam a fé, o amor, a esperança de que, sim, duas pessoas podem ser felizes juntas. E eu perguntei se ele queria ser meu namorado. Ele quis.
Segundo o dicionário, trauma significa:
E eu não sei pra onde a gente tá indo e nem no que isso tudo vai dar. Não sei se vamos alcançar a eternidade ou se daqui a uns anos vou sofrer sentindo sua falta. Não sei se vai dar certo. Mas tá dando certo. Eu to feliz. Feliz, confesso, como eu nunca fui, como eu nunca pensei que eu poderia ser. E essa completude, essa emoção e esse coração disparado a cada minuto que vai passando e eu sei que vou te encontrar, não tem preço.
Eu sou capaz de amar, eu sou capaz de te amar. Eu sou capaz de sentir todas as essas coisas de filme: mãos geladas, coração aflito, saudade excessiva, medo de perder. Eu sou capaz de ter um amor desses de cinema e que me faz tão feliz como só as mocinhas são. Mas o melhor de tudo é que eu não sou mocinha. Eu sou real. De carne, osso e coração.
Entretanto, nós nunca sabemos o que nos aguarda. Um dia você acorda e é a mesma pessoa de sempre, mas um acontecimento ao longo daquelas 24h pode mudar sua vida. Pra sempre. Foi mais ou menos assim que aconteceu comigo há exatos trinta dias atrás.
Eu estava comendo hamburger. Não, a cena não é nada romântica, aviso de antemão. E aí eu olhei pra ele, que sentava do meu lado com tanta dedicação. Não sei explicar como uma pessoa pode sentar com dedicação, mas o que eu quero dizer é que ele aparentava, de verdade, querer estar ali. E aí eu olhei bem nos olhos dele, que representavam tanta coisa pra mim naquele momento. Representavam a fé, o amor, a esperança de que, sim, duas pessoas podem ser felizes juntas. E eu perguntei se ele queria ser meu namorado. Ele quis.
Segundo o dicionário, trauma significa:
s.m. Fig. Desagradável experiência emocional de tal intensidade, que deixa uma marca duradoura na mente do indivíduo.
E era assim que eu me sentia. Traumatizada. Eu tinha colocado na minha cabeça que eu seria feliz sozinha. Que se envolver, correr o risco de se machucar, deixar que alguém entrasse na minha vida e no meu coração, de novo, seria algo fora de cogitação. Mas eu tinha estabelecido todos esses planos antes de conhecer ele. E ele mudou tudo. Me fez acreditar de novo, me fez querer de novo e, principalmente, me fez abrir mão da confortável solidão para viver o risco de ser dois. Agora é tudo em dobro. São duas cocas, são dois sanduiches, são dois ingressos de cinema. São dois.E eu não sei pra onde a gente tá indo e nem no que isso tudo vai dar. Não sei se vamos alcançar a eternidade ou se daqui a uns anos vou sofrer sentindo sua falta. Não sei se vai dar certo. Mas tá dando certo. Eu to feliz. Feliz, confesso, como eu nunca fui, como eu nunca pensei que eu poderia ser. E essa completude, essa emoção e esse coração disparado a cada minuto que vai passando e eu sei que vou te encontrar, não tem preço.
Eu sou capaz de amar, eu sou capaz de te amar. Eu sou capaz de sentir todas as essas coisas de filme: mãos geladas, coração aflito, saudade excessiva, medo de perder. Eu sou capaz de ter um amor desses de cinema e que me faz tão feliz como só as mocinhas são. Mas o melhor de tudo é que eu não sou mocinha. Eu sou real. De carne, osso e coração.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
new love, new life.
Sou arrogante. Também sou teimosa e um tanto mimada. Eu também sou a dona da verdade e até quando estou errada penso em todas as possibilidades de estar certa antes de reconhecer o erro. Mesmo que seja óbvio, mesmo que seja claro. Eu não sou fácil.
Também sou prolixa e faço grandes discursos. Desses discursos moralistas, dessas palavras dramáticas. Eu tenho preguiça de mim.
Há algum tempo, parte de mim morreu. Morreu um amor, morreu uma vida, morreram os planos, a crença no eterno, morreram as alianças, morreu o hábito. E eu aprendi a ser só. É bom ser só. Eu aprendi que estar comigo e fazer minhas coisas é uma delícia. Percebi que tenho amigos fantásticos e que rir até a barriga doer faz a vida mais feliz e é viciante. Eu aprendi que a solitude não é de todo ruim.
E aí aparece você. Você chega de mansinho, começa a mexer com a minha cabeça e, aos poucos, com o meu coração. Posso dizer que o meu coração venceu pelo cansaço porque tentei,com todas as minhas forças, tirar você de perto de mim -tirar você dos meus pensamentos e das minhas mãos geladas sempre que você se aproximava.
Eu tentei acreditar que era só mais uma paixão efêmera, dessas tantas que eu tive ao longo desses meses e até me boicotar eu tentei. Tentei te magoar, tentei de deixar, mas em todas as tentativas eu falhei. Eu falhei porque, no fundo, a minha vontade era clara. Ficar com você era o meu maior desejo. E só eu sei há quanto tempo eu não desejava tanto uma coisa como eu desejei você.
É engraçado te dizer isso, mas você vem me mostrando uma nova vida e uma nova pessoa que mora dentro de mim. Um pouco menos egoísta, um pouco mais altruísta e racional. E sabe por que você me obriga a pensar mais? Porque eu não quero te perder. Eu não quero dar um passo fora do salão, não quero acrescentar nem mais um pingo de coisa alguma que é para não faltar nem sobrar nada. Para que tudo possa continuar assim, na medida.
Eu acredito, hoje, em um tipo de amor que eu não acreditava. Eu quero, hoje, coisas que eu nunca imaginei querer e tenho vontade de gritar pro mundo o quanto eu sou feliz por sentir isso tudo. Hoje me sinto mais viva, muito mais viva. Você chegou.
E é por isso que hoje eu me sinto outra pessoa. E eu quero me conhecer mais, te conhecer mais e ir até o nosso limite, conhecer mais a mim e a você juntos, porque é assim que eu quero a minha vida. A minha nova vida. Com você.
Eu te dou o meu coração. Eu te entrego todas as minhas crenças. Hoje, agora. Sim, eu acredito em amor de novo, eu acredito em você, em mim, no nosso futuro, acredito nas palavras meigas que você me fala e acredito que eu posso ter um final feliz. Porque você me faz acreditar em tudo de novo. Você é a minha coisa bonita e maravilhosa. Eu amo você.
Também sou prolixa e faço grandes discursos. Desses discursos moralistas, dessas palavras dramáticas. Eu tenho preguiça de mim.
Há algum tempo, parte de mim morreu. Morreu um amor, morreu uma vida, morreram os planos, a crença no eterno, morreram as alianças, morreu o hábito. E eu aprendi a ser só. É bom ser só. Eu aprendi que estar comigo e fazer minhas coisas é uma delícia. Percebi que tenho amigos fantásticos e que rir até a barriga doer faz a vida mais feliz e é viciante. Eu aprendi que a solitude não é de todo ruim.
E aí aparece você. Você chega de mansinho, começa a mexer com a minha cabeça e, aos poucos, com o meu coração. Posso dizer que o meu coração venceu pelo cansaço porque tentei,com todas as minhas forças, tirar você de perto de mim -tirar você dos meus pensamentos e das minhas mãos geladas sempre que você se aproximava.
Eu tentei acreditar que era só mais uma paixão efêmera, dessas tantas que eu tive ao longo desses meses e até me boicotar eu tentei. Tentei te magoar, tentei de deixar, mas em todas as tentativas eu falhei. Eu falhei porque, no fundo, a minha vontade era clara. Ficar com você era o meu maior desejo. E só eu sei há quanto tempo eu não desejava tanto uma coisa como eu desejei você.
É engraçado te dizer isso, mas você vem me mostrando uma nova vida e uma nova pessoa que mora dentro de mim. Um pouco menos egoísta, um pouco mais altruísta e racional. E sabe por que você me obriga a pensar mais? Porque eu não quero te perder. Eu não quero dar um passo fora do salão, não quero acrescentar nem mais um pingo de coisa alguma que é para não faltar nem sobrar nada. Para que tudo possa continuar assim, na medida.
Eu acredito, hoje, em um tipo de amor que eu não acreditava. Eu quero, hoje, coisas que eu nunca imaginei querer e tenho vontade de gritar pro mundo o quanto eu sou feliz por sentir isso tudo. Hoje me sinto mais viva, muito mais viva. Você chegou.
E é por isso que hoje eu me sinto outra pessoa. E eu quero me conhecer mais, te conhecer mais e ir até o nosso limite, conhecer mais a mim e a você juntos, porque é assim que eu quero a minha vida. A minha nova vida. Com você.
Eu te dou o meu coração. Eu te entrego todas as minhas crenças. Hoje, agora. Sim, eu acredito em amor de novo, eu acredito em você, em mim, no nosso futuro, acredito nas palavras meigas que você me fala e acredito que eu posso ter um final feliz. Porque você me faz acreditar em tudo de novo. Você é a minha coisa bonita e maravilhosa. Eu amo você.
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